
Michel Mendes Peçanha, de 14 anos, é uma das vítimas confirmadas da megaoperação policial realizada na última terça (28) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. O nome do adolescente aparece na lista divulgada pelo governo do estado com 99 mortos já identificados. Segundo as autoridades, a média de idade das vítimas é de 28 anos.
Ainda há 18 corpos aguardando identificação. Segundo a CBN, nenhum dos 69 denunciados pelo MP aparece na lista parcial de mortos. Até o momento, o número total de vítimas é de 121 pessoas, sendo 117 apontadas como suspeitas e quatro policiais.
O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, disse que não há novos corpos a serem incluídos no balanço, mas confirmou que 12 agentes continuam hospitalizados, dois deles em estado grave. “O confronto foi intenso, mas o objetivo principal foi cumprido”, afirmou.
De acordo com a Polícia Civil, entre os 99 mortos identificados, 42 tinham mandados de prisão pendentes e 78 tinham histórico criminal grave, incluindo homicídio, tráfico e roubos. A corporação também informou que pelo menos 50 dos mortos eram de outros estados, reforçando a presença nacional do Comando Vermelho.

Para o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, os complexos da Penha e do Alemão se consolidaram como o “centro nacional de decisões” da facção. “Essas comunidades deixaram de ser apenas o QG do Comando Vermelho no Rio. Hoje, de lá partem ordens e diretrizes para quase todos os estados onde o grupo atua”, afirmou.
Entre as vítimas identificadas estão chefes do tráfico vindos do Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraíba. As investigações apontam que as duas comunidades movimentavam até dez toneladas de drogas por mês e negociavam cerca de 50 fuzis mensalmente, distribuindo armas e entorpecentes para diversas regiões do país.
Pelo menos 24 comunidades do Rio, entre elas o Jacarezinho, a Rocinha, o Complexo da Maré e o Salgueiro, em São Gonçalo, dependiam do abastecimento vindo da Penha e do Alemão.