
O deputado Lindbergh Farias, criticou duramente nesta sexta-feira (31) o chamado “Consórcio da Paz”, lançado por governadores de direita para articular ações conjuntas na área de segurança pública. Em publicação no X, o parlamentar afirmou que a iniciativa tem caráter político-eleitoral e representa uma tentativa de “transformar a tragédia em palanque”.
Segundo Lindbergh, enquanto o governo federal busca integrar forças de segurança por meio de políticas estruturais, os governadores oposicionistas estariam explorando o tema para fins eleitorais.
“Enquanto o presidente Lula propõe a PEC da Segurança para unir forças no combate ao crime com inteligência, tecnologia e integração entre União, Estados e Municípios, alguns governadores da direita preferem o uso político da barbárie”, escreveu.
O deputado também mencionou que o Executivo já apresentou ao Congresso o Projeto de Lei Antifacção, que endurece penas e combate o financiamento de facções criminosas.
Ele lembrou ainda que Lula sancionou recentemente uma nova lei de enfrentamento ao crime organizado e que operações federais, como a “Carbono Oculto”, demonstram resultados concretos ao desarticular redes de lavagem de dinheiro e milícias.
Lindbergh acusou os governadores de extrema-direita de promoverem “encenação” ao defenderem propostas inconstitucionais, como pena de morte e prisão perpétua. “São os mesmos que pediram anistia a Bolsonaro e agora sabotam uma proposta que fortalece a cooperação nacional”, disse o parlamentar.
Ele classificou o consórcio como um gesto de “entreguismo da soberania nacional” e declarou que “segurança pública se faz com integração federativa, não entregando o Brasil a interesses estrangeiros”.
Enquanto o presidente @LulaOficial propõe a PEC da Segurança para unir forças no combate ao crime com inteligência, tecnologia e integração entre União, Estados e Municípios, e reforçar a atuação integrada da PF, Receita, COAF e MP no rastreamento e bloqueio de bens ilícitos,…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) October 31, 2025
A resposta do petista veio após o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciar na quinta-feira (30) a criação do consórcio de estados voltado à segurança pública. A proposta surgiu após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em mais de 120 mortes. O grupo é formado majoritariamente por gestores aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Castro propôs que a sede do consórcio seja instalada no Rio de Janeiro, com apoio dos governadores Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Eduardo Riedel (PP-MS). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou por videoconferência, e o do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi representado pela vice Celina Leão (PP).
Durante a coletiva, Castro afirmou que o consórcio tem o objetivo de fortalecer o combate ao crime organizado por meio de ações coordenadas entre os estados. “É do Rio e para o Brasil”, disse o governador, ao defender o protagonismo fluminense na formulação das diretrizes. Segundo ele, a intenção é “inspirar” políticas de segurança em nível nacional.