
Isolado em prisão domiciliar há quase três meses, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado abatimento e frustração com o próprio isolamento político, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
Segundo aliados que o visitam, o ex-capitão se mostra desanimado e pessimista, afirmando que apenas um “milagre” poderia mudar sua situação. Fontes próximas relatam que Bolsonaro tem dificuldade em aceitar o fato de estar “neutralizado” e fora do jogo político.
Em conversas recentes, ele tem repetido que o que mais o incomoda não é a prisão em si, mas a impossibilidade de articular politicamente. Um dos poucos assuntos que ainda o animam é a possibilidade de anistia, embora o projeto que trata do tema esteja parado no Congresso e sem perspectiva de avanço.
Quando questionado por um aliado se ainda havia um caminho para sua reabilitação política, Bolsonaro citou a anistia como única esperança. Nenhum parlamentar, no entanto, tem se disposto a dizer a ele que o tema não deve prosperar.
Aliados tentam convencê-lo a mudar de foco
Diante desse cenário, pessoas próximas têm tentado convencer o ex-presidente a “virar a página” da política e buscar um novo rumo. Segundo relatos, ele resiste à ideia e evita conversas sobre planos alternativos.
Além do abalo emocional, a saúde de Bolsonaro também preocupa aliados. Ele tem aparecido sonolento em algumas visitas devido ao uso de medicamentos para controlar crises de soluço.
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, decisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o descumprimento de medidas cautelares impostas no inquérito que investiga ações de Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra a soberania nacional.
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