Lindbergh: “A maioria do povo rejeita a política do derramamento de sangue”

Atualizado em 1 de novembro de 2025 às 18:06
O deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ) olhando para o lado e falando, sério
O deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ) – Reprodução

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou neste sábado (1º) que “a maioria do povo brasileiro rejeita a política do derramamento de sangue”, ao comentar os resultados da nova pesquisa Datafolha sobre segurança pública. Segundo o levantamento, 77% dos entrevistados consideram mais importante investigar crimes do que matar suspeitos, 73% defendem ações sociais no lugar de operações violentas e 67% condenam o uso político da segurança. Para o parlamentar, os dados mostram que a população quer resultados concretos e políticas baseadas em direitos, e não em confrontos.

Lindbergh associou a atual escalada de violência ao legado do governo Jair Bolsonaro, que editou 14 normas flexibilizando o controle de armas e munições.

“A herança foi armar o crime”, afirmou, lembrando que o número de desvios de armas durante o período chegou a 112 por mês. Segundo o Instituto Sou da Paz, três em cada quatro fuzis apreendidos no Sudeste entre 2019 e 2023 usavam calibres típicos de CACs. Em 2023, foram 1.665 armas de estilo militar apreendidas na região, aumento de 11,4% em relação a 2019.

Operação das polícias do Rio nos complexos do Alemão e da Penha Imagem reprodução

O senador destacou que o governo Lula vem adotando uma política oposta, com foco no desarmamento e em investigações estruturadas. Citou a Operação Carbono Oculto, que desmantela a máfia dos combustíveis, responsável por movimentar R$ 52 bilhões em 2024 — valor três vezes superior ao do tráfico de cocaína no país. Segundo ele, o objetivo é “descapitalizar o PCC e atingir as fontes financeiras do crime organizado”.

Lindbergh também afirmou que a Polícia Federal prepara novas ações contra o Comando Vermelho, com foco em operações suspeitas da refinaria Refit. Para o senador, o combate ao crime organizado deve combinar firmeza, integração e inteligência. “A segurança pública não se faz com execuções, mas com estratégia”, concluiu.