
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, compareceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda (3) para participar de uma audiência sobre o cumprimento de sua pena pela trama golpista. O militar chegou à sede da Corte por volta das 13h35 e foi informado das condições para executar a pena de dois anos de prisão em regime aberto.
Na audiência, a defesa de Cid pediu a extinção da punição, alegando que o período em que o ex-ajudante ficou preso preventivamente e o tempo em que usou tornozeleira eletrônica deveriam ser descontados da pena.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, havia determinado o início da execução da sentença na quinta (30), após o trânsito em julgado da ação penal, quando não há mais possibilidade de recursos.
Durante a sessão, Cid retirou a tornozeleira eletrônica que usava desde setembro de 2023, quando deixou a prisão preventiva após firmar acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. A reunião, que durou pouco mais de 30 minutos, marcou oficialmente o início do cumprimento da pena e serviu para esclarecer as condições impostas pela Justiça.
Veja o momento em que Cid chega ao STF:
O tentente-coronel Mauro Cid chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) na tarde desta segunda-feira (3) para uma audiência que marca o início do cumprimento da pena de dois anos de reclusão pela participação na trama golpista.
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— Folha de S.Paulo (@folha) November 3, 2025
O militar não falou com a imprensa após o encontro. Segundo o termo de audiência, sua defesa fez apenas dois pedidos: que Moraes analise o pedido de extinção da pena e esclareça as condições para um eventual retorno de Cid às atividades no Exército Brasileiro. O ministro informou que as solicitações seriam avaliadas posteriormente.
A sentença impôs uma série de restrições ao tenente-coronel. Entre elas, a proibição de deixar o estado onde vive, a obrigação de se recolher à noite e nos fins de semana, o comparecimento semanal à Justiça e a entrega do passaporte. Ele também ficou impedido de portar armas, de usar redes sociais e de se comunicar com outros condenados ou investigados da trama golpista.
A defesa argumentou que Cid já havia cumprido, na prática, o equivalente à pena determinada, considerando o tempo em prisão preventiva e as medidas cautelares impostas desde 2023. Ainda assim, o Supremo manteve o cumprimento da pena em regime aberto.
O Exército foi informado de que Mauro Cid poderia retornar às suas funções na terça (4), mas decidiu evitar constrangimentos internos. A Força determinou que ele tirasse 60 dias de férias acumuladas antes de qualquer decisão sobre sua reintegração.