O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia uma série de medidas contra a Venezuela, incluindo bombardeios contra estruturas militares do governo de Nicolás Maduro e o controle de campos de petróleo, segundo autoridades americanas citadas pelo jornal New York Times nesta segunda-feira (3).
O republicano busca respaldo jurídico para ações que ultrapassem os ataques já realizados no mar do Caribe e no oceano Pacífico. Os riscos para tropas americanas são considerados elevados.
Pessoas próximas ao governo afirmam que Trump ainda não tomou uma decisão, mas parte de seus assessores pressiona por uma operação para derrubar Maduro. No domingo (2), o presidente declarou duvidar de uma guerra, mas, ao ser questionado sobre a queda do ditador no futuro próximo, afirmou: “Eu diria que sim. Acho que sim, sim”.
O secretário de Estado, Marco Rubio, e o conselheiro de segurança interna, Stephen Miller, defendem uma posição mais dura.
Membros do governo buscam o Departamento de Justiça para construir uma tese legal que permita ações militares sem aprovação do Congresso americano. A Casa Branca, por meio da porta-voz Anna Kelly, disse que Trump continuará atacando narcoterroristas envolvidos com drogas ilícitas e classificou demais especulações como infundadas. Maduro é acusado nos EUA de ligações com o narcotráfico, algo negado pelo ditador.
Trump autorizou recentemente a CIA a atuar em território venezuelano, o que abrange operações de informação e oposição ao regime. Possíveis ações incluem sabotagem e captura de Maduro. Algumas autoridades defendem que, caso tais medidas fossem eficazes, já teriam sido executadas. Por isso, a alternativa militar permanece na pauta.
Os planos avaliados incluem bombardeios para reduzir o apoio das forças armadas venezuelanas. Outra opção seria enviar grupos especiais para capturar ou matar Maduro, além de ocupar aeroportos e áreas de produção de petróleo. Críticos da proposta afirmam que o objetivo pode gerar reação contrária.
A preferência de Trump tende ao uso de drones e armamentos posicionados no Caribe. O porta-aviões USS Gerald Ford deve chegar à região na próxima semana, somando-se a outros navios e tropas em Porto Rico. Ao menos 60 pessoas morreram em 15 ataques recentes contra embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico. Washington não apresentou provas públicas sobre o transporte de drogas.