
Jornalistas que têm memória e ainda investigam, como faz Fabio Victor hoje na Folha, vão chegando aos poucos perto dos caçadores de traficantes miúdos para mostrar quem são esses justiceiros.
São os controversos chefes da matança que não ofereceu nenhum troféu ao fascismo, nenhuma cabeça de um grandão do crime organizado. Os chefes da chacina são figuras ligadas a amigos de criminosos.
Victor mostra o caso do secretário da Polícia Civil do Rio, delegado Felipe Curi, um dos planejadores e executores da chacina nos complexos da Penha e do Alemão.
Victor escreve: “Curi é aliado e pupilo do também delegado Allan Turnowski, preso duas vezes sob acusação de colaborar com o jogo do bicho e receber propina da contravenção”.

E mostra, em detalhes, a relação de Curi com o delegado acusado de corrupção por envolvimento com bicheiros. O que mostra que eles caçam os pequenos e se aproximam dos grandes.
Os grandões são outros, e não os mortos na mata, e têm proteção de gente do Estado. Curi e Turnowski são da mesma turma, liderada agora por Claudio Castro.
Victor informa que Curi é a aposta da extrema direita como possível pré-candidato à sucessão de Castro, que já foi reeleito e não pode se candidatar ao governo. Castro é candidato ao Senado.
Curi é o careca bem falante, a autoridade que mais aparece na TV, sempre dando declarações categóricas sobre a chacina. O delegado tem toda a pinta e os apetrechos para ser uma imitação de Wilson Witzel.