
Segundo a coluna de Andreza Matais no Metrópoles, Karina e Javier mantêm uma relação simbiótica desde a infância, marcada por episódios de violência do pai, o que, segundo analistas, moldou a personalidade instável e desconfiada do presidente. Pessoas próximas afirmam que ela exerce influência emocional e política direta sobre o mandatário, que raramente toma decisões importantes sem consultá-la.
No núcleo duro do poder argentino, conhecido como o “triângulo de ferro”, estão Milei, Karina e Santiago Caputo, assessor especial da Presidência, que atua explorando o medo de fracasso do presidente e representa o contraponto pragmático ao misticismo da irmã dele. Fontes internas relatam disputas frequentes entre os dois, que competem pela confiança e o ouvido do mandatário.

Apesar dos atritos, Karina venceu a disputa mais recente. Ela insistiu na candidatura de nomes pouco conhecidos nas eleições legislativas e obteve sucesso, ampliando a base parlamentar do governo, mesmo sem alcançar maioria no Congresso. A aposta em outsiders reforçou a imagem de Milei como líder antissistema, fenômeno que repete a insatisfação popular com a política tradicional.
Nesta semana, Milei promoveu mudanças na Casa Civil, consolidando o fechamento do círculo de poder. O presidente exonerou Guillermo Francos, articulador político moderado, e nomeou Manuel Adorni, conhecido por sua postura agressiva e por tratar a imprensa como inimiga.
“As pessoas não odeiam o suficiente os jornalistas”, declarou o presidente argentino na ocasião. Segundo o analista político Carlos Pagni, o afastamento de Francos teve influência direta de Caputo, que o acusou de simpatizar com a China.
“A não relação com a China determina o apoio de Trump”, observou Pagni, lembrando que Milei aposta no alinhamento com o presidente dos Estados Unidos.