
O prefeito de Florianópolis (SC), Topazio Neto (PSD), instalou um posto na rodoviária da cidade para monitorar quem chega à capital catarinense e impedir a entrada de algumas pessoas. O espaço é controlado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) e o objetivo, segundo ele, é oferecer “passagem de volta” para quem desembarcar sem emprego ou moradia.
“Quem chega sem trabalho ou sem local para morar recebe passagem para a cidade de origem ou onde tenha um parente”, declarou o prefeito em vídeo publicado nas redes. De acordo com a administração municipal, a medida já resultou no retorno de mais de 500 pessoas aos seus locais de origem.
A prefeitura alega que o atendimento é conduzido por equipes de assistência social e tem como foco o acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade. “Precisamos manter a ordem e as regras”, afirmou o prefeito.
A medida provocou revolta nas redes e internautas questionaram a legalidade e o caráter da ação. Críticos apontaram que a iniciativa pode ferir o direito constitucional de ir e vir, além de reproduzir práticas de exclusão social.
Ah pronto, agora tem quiche de migração na rodoviária do país Florianopolis
Alguém avisa pra esse prefeito de 💩 o tal do @TopazioNeto ( me bloqueou), que TODO cuidadão nascido em terroritorio brasileiro tem o direito de ir pra onde ele bem entender sem ser incomodado? pic.twitter.com/CeJ5KldCmR
— Enfermeiro do BRICS 🇧🇷 🇷🇺🇮🇳🇨🇳🇿🇦 (@enf_intensiva) November 5, 2025
O prefeito afirmou ter encaminhado ao Ministério Público (MP) uma denúncia sobre um caso em que um homem teria sido enviado a Florianópolis por outro município “sem qualquer vínculo” com a capital. “Não vamos permitir que enviem pessoas para cá de forma irresponsável”, declarou.
Topazio ainda disse que a ação deverá ser intensificada durante o verão, período de maior fluxo de visitantes.