
O governador bolsonarista do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), vem reavaliando seus planos políticos após o aumento de popularidade conquistado entre eleitores de direita com a operação policial contra o Comando Vermelho. Antes disposto a deixar a vida pública e migrar para a iniciativa privada, ele agora fala abertamente em disputar uma vaga no Senado em 2026.
Segundo a coluna de Bela Megale no jornal O Globo, Castro considera que o episódio o recolocou no centro do debate nacional, embora mantenha cautela ao avaliar uma possível candidatura à Presidência da República.
Em conversas reservadas, o governador tem dito que sua popularidade deve arrefecer até fevereiro, quando as atenções se voltarem às festas de fim de ano e ao Carnaval. O cálculo de Castro é que, se o atual momento de alta aprovação se prolongar por mais três meses, pressões e convites para disputar o Planalto surgirão naturalmente.
“Se a onda continuar até o primeiro trimestre, será hora de recalcular a rota”, disse a interlocutores próximos, sem descartar totalmente a hipótese de entrar na disputa presidencial. O governador também avalia que o timing político foi decisivo.

Segundo ele, se a operação tivesse ocorrido apenas em março de 2026, o impacto positivo junto ao eleitorado ainda estaria fresco durante o processo de formação das chapas eleitorais, o que aumentaria suas chances de concorrer à Presidência.
Enquanto observa o cenário, Castro lida com um risco jurídico que pode alterar completamente seus planos: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga uma ação que pede sua cassação por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022.
Na terça-feira (4), a relatora do caso, ministra Isabel Gallotti, votou pela cassação do mandato do governador. O julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Antonio Carlos Ferreira, o que adiou a decisão final para 2026.
O governador diz acreditar que o processo será prolongado. A aliados, afirmou que novos pedidos de vista devem adiar ainda mais o julgamento e permitir que ele siga no cargo até o fim do mandato.