
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou nesta quarta (5) que viajará ao Canadá na próxima semana para uma reunião bilateral com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. O encontro deve ocorrer no dia 11 de novembro, à margem da reunião do G7, e dará continuidade às negociações sobre o tarifaço.
Segundo o chanceler, a conversa será uma sequência das tratativas iniciadas após os encontros entre Lula e Donald Trump na Malásia, quando os dois presidentes concordaram em acelerar as negociações comerciais. “As negociações continuam, seguem, tem havido reuniões virtuais de equipes técnicas e continuará acontecendo”, afirmou Vieira.
O ministro ressaltou que o diálogo entre Brasil e Estados Unidos não foi interrompido após as tensões recentes e que as equipes técnicas dos dois países têm se reunido de forma virtual para discutir os impactos tarifários sobre produtos brasileiros. Ele pretende usar o encontro no Canadá para manter o “contato regular” com Rubio e reforçar a posição brasileira contra as medidas protecionistas.
Na terça (4), o presidente Lula cobrou publicamente celeridade nas negociações. Em entrevista a agências internacionais, o petista afirmou que espera que a próxima reunião ocorra “o quanto antes”, como foi combinado com Trump, e que, se o cronograma não for cumprido, ligará pessoalmente ao presidente americano.

Questionado se o governo brasileiro pretende discutir a operação militar americana no entorno da Venezuela, o ministro descartou o tema e disse que as conversas se concentrarão “sobretudo nas questões comerciais e tarifárias bilaterais”.
O tarifaço imposto pelos Estados Unidos tem afetado as exportações brasileiras, especialmente de aço, alumínio e produtos agrícolas, e é visto pelo governo como uma barreira política e econômica. O Itamaraty tenta construir uma solução diplomática antes que novas tarifas sejam anunciadas por Washington.
Vieira reiterou que a política externa brasileira busca “preservar o diálogo e o equilíbrio nas relações bilaterais” e que a aproximação com os EUA é “estratégica”, mesmo em um cenário de divergências comerciais e ideológicas.