Lula vai à cúpula da Celac em “solidariedade” à Venezuela

Atualizado em 5 de novembro de 2025 às 16:33
O presidente Lula. Foto: Mark Schiefelbein/AP

O presidente Lula confirmou presença na cúpula da Celac-UE, que será realizada neste domingo (9) e segunda (10) em Santa Marta, na Colômbia, segundo anunciou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A decisão foi motivada por um gesto de “solidariedade à Venezuela”, em meio ao aumento das tensões entre o governo de Nicolás Maduro e os Estados Unidos.

Vieira afirmou que a participação do Brasil expressa o compromisso com a integração regional e a paz na América do Sul. “Será um apoio, uma solidariedade regional à Venezuela, tendo em vista que o presidente Lula já disse que a nossa política externa defende uma região de paz e cooperação”, declarou o chanceler.

A viagem ocorrerá logo após a cúpula de líderes da COP30, que Lula preside nesta quinta e sexta (7 e 8) em Belém (PA). Na segunda  (10), o presidente também deve abrir oficialmente a conferência climática da ONU, antes de seguir para o encontro internacional na Colômbia.

Na terça  (4), Lula havia sinalizado dificuldades em participar do evento, mas reconheceu o peso político de sua ausência. “Como o Brasil é o país mais importante da Celac, se eu não for, vai ser uma situação desagradável”, afirmou em entrevista à AFP e outras agências internacionais.

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Brasil, Lula, durante reunião bilateral na Celac, em março de 2024. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A cúpula ocorre em um momento de forte pressão de Washington sobre Caracas. O governo de Donald Trump intensificou operações militares no Caribe, sob o pretexto de combater o narcotráfico, o que resultou em dezenas de mortes. O presidente venezuelano Nicolás Maduro afirma que o objetivo real dos EUA é “impor uma mudança de regime” e controlar o petróleo venezuelano.

Lula criticou a escalada militar e rejeitou qualquer incursão terrestre americana na Venezuela. “Um problema político a gente não resolve com armas. A gente resolve com diálogo”, declarou o presidente, reforçando a postura diplomática do Brasil diante da crise.

O petista também disse que os Estados Unidos deveriam cooperar com os países latino-americanos no combate ao tráfico de drogas, em vez de adotar ações unilaterais. “Eles poderiam tentar ajudar, e não ficar atirando contra esses países”, afirmou Lula, acrescentando que o Brasil está disposto a atuar como mediador para evitar uma nova intervenção militar na região.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.