
A CPI do Crime Organizado do Senado pode criar situações desconfortáveis, mas não inéditas, para a bancada de membros da extrema direita, quando de depoimentos à comissão. Teremos constrangimentos previsíveis, em especial para o senador Flavio Bolsonaro.
Flavio é um dos titulares da CPI e pode ficar diante de depoentes, como investigados ou como testemunhas da barra pesada, que ele conhece ou até com quem convive ou já conviveu.
Já aconteceu na CPI da Pandemia, quando envolvidos em todo tipo de falcatrua, como a tentativa de compra de vacina que não existia, eram de dentro da estrutura do governo ou trabalhavam de fora para o bolsonarismo. Cinco coronéis estavam entre eles.
Como a CPI vai investigar toda forma de crime organizado, incluindo as milícias, Flavio poderá ficar diante de gente com vínculos com milicianos e que têm conexões com a estrutura política do bolsonarismo no Rio.

Não ficará diante de traficantes que possa reconhecer porque os traficantes são geralmente inimigos dos milicianos. Alguns dos quais já foram até homenageados pela família.
As ligações do bolsonarismo são com as milícias. Adriano da Nóbrega sabia como tudo isso funcionava, mas foi executado como arquivo que guardava informações demais.
Mas há outros que podem ser ouvidos e sabem muito das relações das lideranças bolsonaristas com gente do crime organizado, inclusive dentro da estrutura de Estado no Rio. Essa CPI poderá ser divertida.
CONTROLE
Uma das vitórias do ano. A CPI do Senado sobre o crime organizado será presidida por Fabiano Contarato.
Esses são os times de cada lado. O time pró-chacina:
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), Marcos do Val (Podemos-ES), Marcio Bittar (PL- AC) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
O time contra a matança:
Rogério Carvalho (PT-SE), Fabiano Contarato (PT-ES), Otto Alencar (PSD-BA), Jorge Kajuru (PSB-GO), Angelo Coronel (PSD-BA) e Alessandro Vieira (MDB-SE). Vieira será o relator.