Michelle passa por cima de Carluxo e diz estar “fechada” com Carol De Toni em SC

Atualizado em 6 de novembro de 2025 às 9:19
Michelle Bolsonaro e Carol De Toni. Foto: reprodução

A crise dentro do Partido Liberal (PL) em Santa Catarina ganhou novo capítulo após Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama e líder do PL Mulher, declarar apoio público à deputada federal Carol de Toni (PL-SC). Em meio ao impasse sobre a formação da chapa para o Senado em 2026, Michelle se posicionou nas redes sociais, afirmando estar “fechada” com Carol “independentemente da sigla partidária”.

O gesto foi interpretado como um recado direto ao vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que tenta viabilizar sua candidatura ao Senado pelo estado com o aval do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A movimentação da ex-primeira-dama expõe o racha dentro do núcleo bolsonarista, abrindo um conflito interno entre a ala política da família e o grupo feminino ligado a Michelle.

O apoio aconteceu após declarações da deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC), que revelou em entrevista à Rádio São Bento que a chapa ao Senado seria composta inicialmente por Esperidião Amin (PP) e Carol de Toni.

Com a entrada de Carluxo, Carol perdeu espaço e passou a avaliar deixar o partido. Campagnolo afirmou que o governador Jorginho Mello (PL) pretende destinar a segunda vaga ao Progressistas, dentro de um acordo que fortalece sua aliança com Amin.

Carlos reagiu nas redes sociais e chamou Campagnolo de “mentirosa”, alegando que ele e Carol estão “unidos pelo mesmo propósito”. Apesar da tentativa de apaziguar, a tensão aumentou. Michelle rompeu o silêncio e declarou apoio a Carol, reforçando sua influência política própria dentro do bolsonarismo.

O “filho 02” de Bolsonaro já é apontado como o nome preferido do pai para disputar o pleito, enquanto Jorginho Mello tenta manter o equilíbrio entre fidelidade ao bolsonarismo e a aliança com o PP. “É o candidato do presidente Bolsonaro, então é o meu candidato também”, afirmou o governador, sem garantir apoio a Carol.

O PL pretendia lançar dois nomes próprios, Carlos e Carol, mas a entrada do Progressistas na coligação reduziu as possibilidades. Com o espaço restrito, Carol passou a negociar com outras legendas, incluindo o Novo, que já formalizou convite para que ela concorra por fora. “Até março, quando abrir a janela partidária, espero resolver isso dentro do meu partido. Se não conseguir, vou buscar outro partido para concorrer”, disse a deputada.

O impasse também provocou reações públicas de lideranças locais. Campagnolo afirmou que a deputada federal foi “preterida” dentro do partido e criticou a forma como a candidatura de Carlos foi conduzida. “A vaga do nosso PL era da deputada Carol, agora será dada ao Carlos. Eu só disse que as pessoas precisam saber disso”, declarou.

Em resposta, Carluxo acusou a parlamentar de propagar informações falsas e disse que há “um plano diário para desconstruir Jair Bolsonaro”.

Campagnolo rebateu: “Acusar sua aliada de mentira é grave desrespeito. Se o que eu sei é mentira, revele a verdade. Eu afirmo que a segunda vaga do PL foi prometida ao Esperidião Amin”.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.