
O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou nesta quarta-feira (5) o empresário Pablo Marçal por difamação e injúria contra o jornalista José Luiz Datena. A denúncia, assinada pelo promotor Cleber Rogério Masson, aponta que Marçal divulgou informações falsas e ofensivas durante a campanha à Prefeitura de São Paulo em 2024, com o objetivo de influenciar o eleitorado.
De acordo com o MPE, Marçal cometeu dois crimes de difamação e um de injúria, todos durante a propaganda eleitoral. Como as ofensas foram dirigidas a outro candidato, as penas podem ser aumentadas em um terço, podendo chegar a cinco anos e quatro meses de prisão, além de multa e possível indenização.
A Promotoria afirma que as declarações tiveram caráter eleitoral claro, com o objetivo de atingir a imagem de Datena e beneficiar Marçal nas urnas. “Era indisfarçável, portanto, a intenção do acusado de ser beneficiado pelos votos que poderiam ser destinados à vítima ou mesmo a outros candidatos”, afirma o texto da denúncia.
Declarações ofensivas e acusações falsas
O caso mais grave citado na denúncia ocorreu em 16 de setembro de 2024, em uma live transmitida do Hospital Sírio-Libanês, após um debate em que Datena chegou a agredir Marçal com uma cadeira. Durante a transmissão, o influenciador chamou o apresentador de “agressor sexual” e afirmou que “o dinheiro dele comprou o silêncio da menina”, em referência a um suposto caso de assédio.
🚨ARQUIVO: Há um ano, Datena acertou Pablo Marçal com uma cadeira durante um debate das eleições para a prefeitura de São Paulo. pic.twitter.com/UTmug2I05c
— CHOQUEI (@choquei) September 17, 2025
O Ministério Público considerou essa fala difamatória, por atribuir a Datena um fato ofensivo à sua reputação. Outras expressões de Marçal, como “agressor de mulheres”, “assediador sexual”, “desregulado”, “mais lento que um bicho-preguiça” e “cara que tem problema com droga também”, foram classificadas como injúria, por atacarem a honra pessoal do jornalista.
A denúncia ainda aponta que Marçal reiterou as acusações ao afirmar que Datena “acabou fazendo um contorcionismo jurídico e saiu de um assédio sexual comprovadamente contra uma jornalista”.
Para o MPE, as falas repetidas configuram uma campanha difamatória intencional, destinada a desmoralizar o adversário político e ganhar espaço junto ao público nas redes sociais.