Extremista brasileiro que ameaçou Trump é alvo da Polícia Civil do DF

Atualizado em 6 de novembro de 2025 às 13:23
Thiago de Carvalho. Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quinta-feira (6), a Operação Sentinel para investigar um caso de extremismo violento com motivação ideológica e racista.

A ação foi iniciada depois que um homem de 32 anos, identificado como Thiago de Carvalho, enviou ameaças eletrônicas a autoridades dos Estados Unidos, incluindo o presidente Donald Trump. No dia seguinte, ele tentou acessar a embaixada norte-americana em Brasília, levando uma mala, mas foi barrado pelos seguranças.

Segundo a Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV), o brasileiro vinha publicando conteúdo de ódio com viés racial e ideológico, o que levou o Serviço Secreto dos EUA a emitir um alerta às autoridades brasileiras.

O caso chegou à PCDF por meio do Laboratório de Inteligência Cibernética do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que recebeu o comunicado norte-americano no fim de outubro.

Após a identificação do suspeito, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em Goiânia (GO), onde ele mora atualmente. O objetivo foi recolher provas, verificar ligações com grupos extremistas e evitar possíveis atentados em território nacional, especialmente contra representações diplomáticas em Brasília.

Durante as buscas, os agentes apreenderam documentos e um caderno com anotações indicando planos para tentar entrar nos Estados Unidos por meio da Guatemala. Em uma das paredes da residência, havia a frase “shoot to kill” (“atire para matar”), escrita com caneta.

Em uma das paredes da residência de Thiago, havia a frase “shoot to kill”. Foto: Divulgação

O material será periciado para apurar a extensão da ameaça e possíveis conexões internacionais. De acordo com a PCDF, o suspeito enviou e-mails com conteúdo antissemitista e racista a diferentes órgãos do governo estadunidense.

As mensagens continham ameaças explícitas e expressões de incitação à violência. No dia seguinte aos envios, ele compareceu à embaixada dos Estados Unidos, o que reforçou a necessidade de ação imediata das autoridades brasileiras.

O histórico do investigado mostra que ele já havia sido procurado pela polícia de Marlborough, nos Estados Unidos, em 2018. Na ocasião, as autoridades locais divulgaram cartazes classificando-o como perigoso e suspeito de envolvimento em uma agressão violenta. O comunicado recomendava que a população não se aproximasse dele e informava que o brasileiro costumava frequentar bibliotecas públicas para usar a internet.

A Operação Sentinel foi conduzida em caráter preventivo e investigativo, com o apoio do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do Distrito Federal, da Polícia Civil de Goiás e do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça. A prioridade, segundo a PCDF, é impedir que discursos de ódio ultrapassem o ambiente virtual e se convertam em atos de violência real.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.