
O primeiro-ministro de Portugal, Luis Montenegro, vai doar € 1 milhão (R$ 6,2 milhões) ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa lançada pelo presidente Lula durante a Cúpula do Clima no Pará. O anúncio foi feito nesta quinta, como gesto de apoio à principal pauta ambiental defendida pelo governo brasileiro no encontro.
O valor equivale a cerca de US$ 1,25 milhão (R$ 6,6 milhões) e é considerado modesto diante da meta estabelecida pelo Brasil, que pretende encerrar a COP30, em 21 de novembro, com US$ 10 bilhões (R$ 53,5 bilhões) captados. Ainda assim, Portugal buscou deixar claro seu alinhamento com os objetivos climáticos.
“Portugal é um país que está absolutamente comprometido com o objetivo da COP”, afirmou Montenegro. O premiê destacou que o país trabalha para reduzir emissões e enfrentar as mudanças climáticas, mas ressaltou que a transição não deve excluir nações em desenvolvimento.
“Apoia todos aqueles que estão em desenvolvimento”, afirmou, reforçando que Lisboa quer manter diálogo construtivo com países amazônicos e africanos.

Internamente, porém, Portugal vive uma situação fiscal sensível. O governo ainda tenta estabilizar as contas públicas após medidas de contenção de gastos, o que limita a disposição para contribuir de forma mais robusta com o fundo. Como país desenvolvido, no entanto, é pressionado a assumir compromissos maiores no financiamento ambiental.
Até o momento, mais de 20 países sinalizaram interesse em participar do TFFF, criado para financiar ações de preservação da natureza em nações em desenvolvimento. Apesar disso, apenas Brasil e Indonésia fizeram aportes maiores: cada um destinou US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) ao mecanismo.
A expectativa é de que novos anúncios ocorram ao longo da cúpula, já que o fundo é tratado como uma vitrine da política ambiental brasileira. O governo pretende usar o evento como plataforma para ampliar compromissos e consolidar o TFFF como uma ferramenta de longo prazo de financiamento climático.
Ainda nesta quinta, Lula oferecerá um almoço aos países que indicaram apoio financeiro, mas o Itamaraty decidiu manter a lista de convidados em sigilo. O gesto busca reforçar articulações diplomáticas enquanto o governo tenta ampliar a adesão internacional ao fundo.