A reação de Bolsonaro diante da provável prisão na Papuda

Atualizado em 7 de novembro de 2025 às 6:30
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar. Foto: Reprodução

A possibilidade de Jair Bolsonaro (PL) cumprir pena na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, já é tratada como quase certa pelo próprio ex-presidente, segundo informou a colunista Bela Megale, do Globo.

Em conversas recentes com aliados, o ex-capitão admitiu ver poucas chances de escapar da prisão após o fim do julgamento dos recursos no processo da trama golpista, previsto para terminar ainda neste ano.

A dois interlocutores, Bolsonaro se descreveu como “injustiçado” e “perseguido”, atribuindo mais uma vez a culpa ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF).

A data

Entre apoiadores próximos, a data de 14 de novembro é vista como provável para uma eventual detenção. O dia é considerado simbólico: em 2014, foi quando a Lava Jato prendeu alguns dos principais empreiteiros do país, como Renato Duque, então diretor da Petrobras, e outros delatores que marcaram o início da operação.

Pátio para banho de sol do presídio federal no Complexo da Papuda, no Distrito Federal. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Nesta semana, o Governo do Distrito Federal (GDF) enviou um ofício a Moraes pedindo um laudo médico de Bolsonaro para avaliar se ele tem condições clínicas de ser encaminhado a uma unidade prisional. O ministro, porém, decidiu adiar a análise do pedido.

Condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe, o ex-presidente aguarda a definição do local onde cumprirá pena — que pode ser a Papuda ou uma sala especial na Polícia Federal (PF), em Brasília.

Decisão de Moraes

Moraes é o responsável por definir o destino de Bolsonaro e dos demais condenados. O STF começa a julgar nesta sexta-feira (7), em plenário virtual, os recursos dos primeiros sete condenados do núcleo central da trama.

A expectativa é que as decisões sejam concluídas até dezembro, abrindo caminho para o início do cumprimento das penas ainda neste ano.

Além de Bolsonaro, também foram condenados pela tentativa de golpe de Estado Almir Garnier Santos (ex-chefe da Marinha), Mauro Cid (tenente-coronel do Exército), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Paulo Sérgio (ex-ministro da Defesa), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin e deputado federal), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) e Anderson Torres (ex-ministro da Justiça).