
A cada eleição para presidente, e pode vir aí a quinta, Ciro Gomes cria um personagem. Sempre como homem de projetos e grandes ideias, uma espécie de professor pardal da direita.
Já fingiu ser de esquerda, já se apresentou como nacionalista e desenvolvimentista, já se fantasiou de jovem para tentar falar para a geração TikTok e agora voltou a ser assumidamente de direita.
E aí não é preciso muito esforço. O personagem agora é esse, o que retorna ao PSDB, mesmo que o PSDB não exista mais, e se aproxima até de Ronaldo Caiado, a quem vê como grande governante.
Ciro Gomes é o cara que se lança a uma empreitada nacional sabendo sempre que será derrotado e que só um milagre lhe garantiria mais do que 3% dos votos.
Mesmo assim insiste, como a grande imprensa faz desde o fim do governo de FH, em 2002, que é possível enfrentar Lula com alguma coisa que se apresente como milagre.
Mas isso só aconteceu, sob controle da direita, em 1989 com Collor, que surgiu de Alagoas como se tivesse chegado de Marte.

Depois, o que aconteceu foi que, achando que tinha o controle da situação, após o golpe contra Dilma e a prisão de lula, a velha direita e as corporações de mídia inventaram Bolsonaro, sem querer, mas inventaram.
Ciro Gomes acredita que em algum momento ele será essa surpresa, que a hora dele vai chegar. Ao elogiar Caiado, finge ter desistido, mas está só se bobeando.
Ciro quer mesmo ser candidato de novo, agora com o seguinte projeto: evitar uma vitória de Lula já no primeiro turno, porque a direita, com Tarcísio acovardado, não tem candidato.
Ciro entraria só para esculhambar com a eleição, dessa vez como direitista juramentado que sempre foi. O que não exige fantasias.