
A música popular brasileira guarda composições icônicas cujo nome é desconhecido por muitos. No universo do choro, maxixe e marchinha de carnaval, nomes como Zequinha de Abreu, Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga deixaram obras que atravessam gerações. A seguir, confira essas cinco faixas fundamentais da música brasileira e entenda seu significado.
Tico-Tico no Fubá
“Tico-Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu (1917), é um choro acelerado que conquistou o Brasil e o mundo. Inicialmente chamada “Tico-Tico no Farelo”, alcançou fama internacional com gravações nos anos 1940 e se tornou símbolo da brasilidade.
Odeon
“Odeon”, de Ernesto Nazareth (c. 1909/1910), combina influências do tango, do habanera e do maxixe. A obra para piano solo resume o talento de Nazareth em unir erudição e popularidade, contribuindo para definir o choro e o tango brasileiro.
Ó Abre Alas
“Ó Abre Alas”, composta por Chiquinha Gonzaga em 1899, é reconhecida como a primeira marchinha de carnaval do Brasil. Escritora quando já consagrada, ela dedicou-se a uma marchinha para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro e inaugurou um estilo que se tornaria parte central do carnaval carioca.
Apanhei-te, Cavaquinho e Brejeiro
“Apanhei-te, Cavaquinho”, de Ernesto Nazareth, é uma peça que integra o universo do cavaquinho e da cultura do choro, com leveza melódica e improvisação característica. Embora menos mencionada que outras obras, representa o domínio de Nazareth sobre ritmos populares.
“Brejeiro”, também de Ernesto Nazareth (1893), é considerado o primeiro tango brasileiro. Sua publicação marcou a transição do compositor entre a música erudita e os ritmos populares emergentes no fim do século XIX no Brasil.
Tristeza do Jeca
Composta em 1918 por Angelino de Oliveira e eternizada por meio de gravações a partir de 1924, a canção retrata de forma intensa a saudade e a melancolia do homem do campo, símbolo da vida rural brasileira. A letra evoca uma paisagem simples e um sentimento profundo de perder algo que se foi.
Considerada um marco da música sertaneja de raiz, a obra de Angelino de Oliveira consolidou-se como hino da viola caipira e continua presente em rodas de música e repertórios tradicionais.