
De olho em uma possível fuga, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou nesta sexta-feira (7) um vídeo ao lado de Viktor Orbán, em que o primeiro-ministro da Hungria manda um recado para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O líder de extrema-direita é conhecido por seu perfil autoritário e por restringir liberdades civis e de imprensa em seu país. Ele é um dos principais aliados ideológicos de Bolsonaro.
“Mesmo diante de quaisquer problemas e dificuldades em que você esteja, você pode contar conosco, com os húngaros, com a Hungria e com o governo da Hungria também. Então, que Deus o abençoe, presidente”, disse Orbán.
Na gravação, o premiê ainda envia “os melhores cumprimentos” a Bolsonaro em seu nome, de sua família e de toda a Hungria, e afirma que tem acompanhado o que “está acontecendo”. O encontro ocorreu antes da reunião de Orbán com Donald Trump, nos Estados Unidos.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o início de agosto deste ano, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-capitão descumprir uma série de medidas cautelares impostas pelo magistrado.
O vídeo foi publicado por Eduardo com a legenda: “Mesmo em sua atribulada agenda nos EUA, antes de encontrar com o presidente Donald Trump, o primeiro-ministro húngaro ainda mandou este recado a Jair Bolsonaro. Gratidão não prescreve e a recíproca é verdadeira. Obrigado, Premiê, o mundo saberá a verdade.”
🇺🇸🇭🇺🇧🇷 Mesmo em sua atribulada agenda nos EUA, antes de encontrar com Pres. @realDonaldTrump , o Primeiro-Ministro húngaro @orbanviktor ainda mandou este recado a @jairmessiasbolsonaro
Gratidão não prescreve e a recíproca é verdadeira. Obrigado, Premiê, o mundo saberá a verdade pic.twitter.com/wnVgZDbQL7
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 7, 2025
A publicação acontece no mesmo dia em que a Primeira Turma do STF formou maioria para manter a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão no processo da trama golpista. Até agora, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram pela rejeição dos recursos do ex-presidente, faltando apenas o voto da ministra Cármen Lúcia.
Relação antiga
A afinidade entre a família Bolsonaro e Viktor Orbán não é recente. O líder húngaro já havia se encontrado com Jair Bolsonaro em 2022, quando ambos fizeram discursos com pautas ultraconservadoras e ataques a instituições democráticas.
Em 2023, Orbán chegou a oferecer abrigo a Bolsonaro na embaixada da Hungria em Brasília, quando as investigações da Polícia Federal se intensificaram, o que provocou uma crise diplomática entre os países. O gesto foi visto por autoridades brasileiras como tentativa de obstrução da Justiça.
Orbán é um dos principais expoentes do populismo autoritário na Europa e é frequentemente criticado por organizações internacionais por violações à liberdade de imprensa, ataques ao Judiciário e perseguição a opositores políticos.
Deu no New York Times: depois de ter passaporte confiscado, Jair Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria no Brasil, país que tem como primeiro-ministro Viktor Orban, um extremista aliado do Bolsonaro. Pq será que Bolsonaro correu para lá? 🤡
pic.twitter.com/ar1sGFVKrA— GugaNoblat (@GugaNoblat) March 25, 2024