
A deputada estadual Ana Campagnolo “não era nada até ontem, era professora”, mas agora se considera líder da direita em Santa Catarina. É o senador Jorge Seif quem diz. Os dois são do PL.
O próprio Seif se define assim: “Eu era um ilustre desconhecido, eu era peixeiro em Itajaí, conheci Bolsonaro e ele me fez ministro”. E depois virou senador e virou peixão de Bolsonaro.
Todas as lideranças recentes de direita de Santa Catarina, com projeção nacional, construíram suas carreiras nas costas de Bolsonaro. Até o senador Esperidião Amin (PP) virou bolsonarista.
Santa Catarina é, pelo ativismo dos seus líderes, o Estado mais bolsonarista do Brasil. Todo mundo adora Bolsonaro, que teve 69,7% dos votos do Estado em 2022. Mas não adoram tanto o filho Carluxo.
Mas Carluxo quer ser senador por Santa Catarina e, quem sabe mais adiante, um dia governador. Os Bolsonaros querem se apropriar de Santa Catarina, mesmo que uma porção relevante do bolsonarismo não queira Carluxo e que Jair Renan seja rejeitado até por lideranças de direita da região de Balneário Camboriú, onde é vereador.
Jorge Seif é defensor de Carluxo, por defender Bolsonaro na briga com a deputada federal Carol De Toni. Carol deve ser tirada da disputa por uma das vagas ao Senado, para ceder o lugar a Carluxo. A outra vaga da extrema direita é de Amin.
Por isso Seif ataca Ana Campagnolo, que defende Carol, que também é defendida por Michelle. Até Malafaia acha que Carluxo deve desistir da candidatura, seguindo o que dizem lideranças empresariais do Estado.
Mas Seif quer Carluxo e acaba deixando exposta, pelo desafio que apresenta aos parceiros, a nova verdade de Santa Catarina. Bolsonaro não manda mais como mandava antes, agora a um passo da Papuda.

Seif desafiou a extrema direita catarinense, que só existe por causa de Bolsonaro, a ser fiel ao chefe. Mas só ele, Eduardo e outros poucos defendem o candidato Carluxo. Um vereador medíocre dividiu o fascismo de Santa Catarina.
É a guerra dos machos contra as mulheres bolsonaristas. Seif e Eduardo, com o apoio discreto do governador Jorginho Mello, que pouco fala, investem contra Carol De Toni, Ana Campagnolo (as deputadas mais votadas do Estado) e Michelle, a madrasta que contraria os planos do enteado.
O autor da ideia é o marido de Michelle. Que o senador Seif exalta como o homem que conseguiu esclarecer o que é direita e esquerda no Brasil. E que, diz ele, transformou Santa Catarina no maior Estado conservador da República.
Bolsonaro não é uma pessoa, mas uma ideia, disse Seif no discurso no Senado. Mas já não é uma ideia unânime entre os próprios bolsonaristas, possivelmente também fora de Santa Catarina.
O inusitado é que as mulheres extremistas experimentam o veneno que ajudam a disseminar. A família das criações esdrúxulas perdeu o controle das criaturas.
Isso significa que a extrema direita catarinense vá implodir? Talvez não. Mas sairá do autoflagelo bem avariada para 2026.