Senadores aprovam acordo para fim do “shutdown” nos EUA

Atualizado em 10 de novembro de 2025 às 7:21
A bandeira dos Estados Unidos sobre o Capitólio no primeiro dia da paralisação do governo, em Washington, 1º de outubro de 2025. Foto: AP Photo/J. Scott Applewhite

O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite de domingo (9) uma votação preliminar que abre caminho para o fim do shutdown que paralisou o governo por 40 dias. Com o apoio de oito democratas, os republicanos conseguiram o número mínimo de 60 votos necessários para avançar com um pacote de gastos que financia a maior parte das agências federais até janeiro.

A medida foi aprovada por 60 votos a 40, durante uma rara sessão realizada no domingo. O acordo, que ainda precisa passar por nova votação no Senado, ser aprovado pela Câmara dos Representantes e, por fim, receber a assinatura do presidente Donald Trump, representa o primeiro passo concreto para encerrar o impasse orçamentário.

O texto, negociado entre senadores moderados de ambos os partidos, prevê uma medida provisória para financiar o governo até janeiro e três projetos de lei que garantem recursos a programas de agricultura, construção militar e agências legislativas até 2026.

Os cortes propostos por Trump em setores como o programa Alimentos para a Paz — que seria extinto — foram rejeitados, e o Senado destinou US$ 1,2 bilhão (R$ 6,4 bilhões) à iniciativa.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

Pressão democrata e concessões limitadas

Os democratas tentavam incluir no acordo a prorrogação dos subsídios de saúde previstos na Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act), mas não tiveram sucesso. Mesmo assim, o líder da maioria no Senado, John Thune, prometeu colocar o tema em votação até a segunda semana de dezembro.

“Esta legislação protegerá os funcionários federais de demissões injustificadas, reintegrará aqueles que foram demitidos injustamente durante a paralisação e garantirá que os funcionários federais recebam os salários retroativos, conforme exigido por uma lei que aprovei em 2019”, declarou o senador democrata Tim Kaine, da Virgínia. “Esse é um passo crucial.”

Outros senadores democratas, como Richard Durbin, também defenderam o acordo, citando os prejuízos sofridos por trabalhadores essenciais, como os controladores de tráfego aéreo, que estavam sem salário desde o início da paralisação.

Resistências e críticas internas

Apesar do avanço, parte da bancada democrata demonstrou insatisfação. O senador Bernie Sanders, de Vermont, afirmou que votar pela reabertura do governo sem a garantia da extensão dos subsídios de saúde “seria um desastre político”.

Na sexta-feira, o líder democrata Chuck Schumer havia tentado um meio-termo, propondo a prorrogação dos créditos fiscais para saúde por um ano, mas os republicanos rejeitaram a oferta. Ainda assim, a aprovação preliminar do pacote de gastos no Senado foi vista como o início do fim de um dos shutdowns mais longos da história americana.

O texto ainda será votado novamente no Senado e depois seguirá para a Câmara dos Representantes. Caso seja aprovado nas duas casas, precisará da assinatura de Trump para encerrar oficialmente a paralisação e liberar o funcionamento completo das agências federais.