
Jair Bolsonaro tem enviado sinais contraditórios sobre quem pretende apoiar na disputa presidencial de 2026. Nos últimos dias, durante conversas com aliados que o visitaram na prisão domiciliar, ele sugeriu a possibilidade de lançar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho como candidato ao Planalto.
Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, o gesto foi lido como um teste político enquanto o ex-presidente avalia seu campo de manobra. Em outras conversas, porém, Bolsonaro não descartou apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O ex-ministro é considerado um dos nomes mais competitivos do campo bolsonarista e, até agora, mantém postura cautelosa diante da movimentação. A indefinição alimenta disputas internas e reforça a percepção de que Bolsonaro tenta preservar influência sobre eventuais alianças.
Caso sejam escolhidos, Flávio ou Tarcísio terão de rever seus planos eleitorais. O senador busca a reeleição no Rio de Janeiro, enquanto o governador de São Paulo pode tentar um segundo mandato no Palácio dos Bandeirantes. O alinhamento a Bolsonaro na corrida presidencial exigiria mudanças drásticas nas estratégias de ambos.

Os dois, inclusive, se encontraram em São Paulo na sexta (7), durante a posse de Wagner Rosário como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O encontro ocorreu justamente no momento em que Bolsonaro ampliava as conversas sobre seu “pupilo” para 2026.
A situação jurídica do ex-presidente também pesa sobre a discussão. Na sexta, a Primeira Turma do STF rejeitou os últimos recursos apresentados por Bolsonaro no inquérito do golpe. A decisão manteve a condenação de 27 anos e 3 meses.
Com isso, cresce a expectativa sobre os próximos passos do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Há tendência de que ele determine o início do cumprimento da pena nos próximos dias, o que pode mudar o tabuleiro político.