
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que o Fundo para Florestas (TFFF, na sigla em inglês), criado pelo Brasil para financiar a preservação das florestas tropicais, deve ultrapassar os US$ 10 bilhões arrecadados até o fim do período da presidência brasileira da COP 30, em dezembro de 2026. Segundo ele, a Alemanha deve anunciar sua contribuição até o fim deste ano.
“Acredito que vamos superar, durante a presidência do Brasil, os US$ 10 bilhões. Eu acredito que o Brasil ainda possa se surpreender e ambicionar mais, porque tanto os Países Baixos, quanto Emirados Árabes e China também manifestaram apoio com o fundo”, declarou o ministro em entrevista à CNN Brasil.
Na semana passada, Haddad havia revisado a meta de captação do fundo de US$ 25 bilhões para US$ 10 bilhões até 2026. O anúncio ocorre após a Noruega confirmar um aporte de US$ 3 bilhões e outros países, como Portugal, Indonésia e o próprio Brasil, também se comprometerem com contribuições, totalizando US$ 5,5 bilhões até o momento.
O governo brasileiro espera que a Alemanha siga o exemplo norueguês e participe do financiamento. Haddad afirmou acreditar que o país europeu anunciará sua adesão até o fim do ano, especialmente em meio às negociações do acordo Mercosul-União Europeia, que estão próximas de conclusão. “A Alemanha não vai se furtar a ajudar o fundo de florestas”, disse.
Durante a entrevista, Haddad também comentou a taxa básica de juros, mantida em 15% ao ano pelo Banco Central. O ministro afirmou que há espaço para cortes na Selic e que essa avaliação é compartilhada por representantes de grandes bancos. Ele se reuniu na manhã desta segunda-feira com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
“Uma parte desses players concorda que já tenha chegado a hora do ciclo de cortes. Ninguém deveria se afligir com o debate honesto dessas questões”, afirmou o ministro. Integrantes do governo Lula têm intensificado a pressão sobre o Banco Central para reduzir os juros, após o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir manter a taxa em 15% por um período prolongado.