Servidora é presa em MG suspeita de repassar 220 armas ao crime organizado

Atualizado em 11 de novembro de 2025 às 7:11
Polícia Civil de Minas Gerais. Imagem: reprodução

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu uma servidora pública suspeita de repassar armas apreendidas ao crime organizado. De acordo com as investigações, cerca de 220 armas teriam sido retiradas aos poucos de uma delegacia de Belo Horizonte, instalada em uma casa sem grades ou cercas. O caso foi descoberto após policiais apreenderem uma arma e perceberem que ela já constava como estando sob custódia da corporação.

Como apontou o Jornal Nacional nesta segunda (10), imagens de câmeras de segurança flagraram a servidora, identificada como Lima Figueiredo, que atuava na área administrativa da unidade, retirando o armamento do local. A Corregedoria da Polícia Civil apura se as armas foram vendidas a facções criminosas. O órgão afirmou que “todos os materiais apreendidos são armazenados de acordo com resolução própria e legislação vigente”.

O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol) criticou o governo estadual por não cumprir a Lei Anticrime, que determina a criação de centrais específicas para armazenar armas apreendidas.

“Nós vamos ter esses objetos guardados em delegacia, e que não era para estar. A grande preocupação nossa é que isso tenha voltado para a mão de organizações criminosas, sim, e que organizações criminosas estejam aliciando servidores internamente”, afirmou o presidente do sindicato, Wemerson Oliveira.

Presidente do sindicato da Polícia Civil de MG, Wemerson Oliveira. Imagem: reprodução

A pesquisadora Roberta Fernandes, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, alertou que o descumprimento da lei fragiliza o controle do material apreendido. “O Estado, nesse sentido, vai na contramão das próprias políticas dele. Quando ele deixa de cumprir uma lei dessa amplitude, ele facilita, ele vulnerabiliza esses materiais para que eles sejam extraviados ou furtados e vão parar em mãos indevidas”, disse.

Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.