
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) se preparam para dividir o palco em Santa Catarina na próxima sexta-feira (21), em meio a uma das maiores crises recentes da direita bolsonarista.
O evento, segundo o parlamentar mineiro, será o lançamento de um livro coassinado pelos dois, com sessão de autógrafos. Apesar do tom cultural, o encontro ocorre em um momento de turbulência política, quando ambos enfrentam críticas públicas de aliados e questionamentos dentro do próprio Partido Liberal (PL).
Nikolas, um dos deputados mais votados do país em 2022, se tornou alvo direto do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o colega mineiro de tentar se afastar politicamente da família.
“A briga na direita que todos estão vendo é simples. Nikolas quer se livrar do Bolsonaro de vez. Ele está liderando uma dissidência, e vários políticos mais jovens estão com ele. O problema? O de sempre: ‘Temos que nos descolar do Bozo sem perder o eleitor’. Eles querem continuar sendo eleitos pelos bolsonaristas, mas não querem mais prestar contas ao Bolsonaro”, afirmou Eduardo em publicação nas redes sociais.
O discurso covarde anti-Bolsonaro é o mesmo há muito tempo!@nikolas_dm tem um projeto pessoal de poder e coincidentemente deixou de ser perseguido após abandonar a luta pela ANISTIA e não fazer NENHUMA defesa do deputado Eduardo Bolsonaro!pic.twitter.com/0YjFX63nen
— João 8:32 🇧🇷 2️⃣2️⃣ (@joao8_32_JB) November 9, 2025
A tensão cresceu com a pré-candidatura do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) ao Senado por Santa Catarina, movimento que provocou atritos entre lideranças bolsonaristas locais e o núcleo familiar do ex-presidente. Ana Campagnolo, uma das vozes mais influentes do bolsonarismo catarinense, se posicionou contra a candidatura de Carlos e defendeu o apoio a nomes do estado, como Carol De Toni (PL-SC), que já se apresentava como pré-candidata pelo partido.
“As duas vagas do PL em Santa Catarina para o Senado já estavam prometidas à deputada Caroline de Toni e ao senador Esperidião Amin”, declarou a parlamentar, que acabou sendo chamada de “mentirosa” por aliados de Bolsonaro após a afirmação.
A crise se aprofundou após a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também contrariar o marido e declarar apoio à deputada Caroline de Toni (PL-SC) para o Senado em 2026. “Estou fechada com a Carol independentemente da sigla partidária”, afirmou Michelle nas redes sociais, em um gesto visto como recado direto a Carluxo.
A manifestação pública da presidente do PL Mulher escancarou o racha dentro da legenda, dividindo o campo bolsonarista entre o núcleo familiar e o grupo feminino liderado por Michelle.