Quaest: 94% dos brasileiros afirmam sentir impactos diretos das mudanças climáticas

Atualizado em 11 de novembro de 2025 às 14:44
Floresta amazônica. Foto: Divulgação

Um levantamento divulgado pela Quaest nesta terça-feira indica que a percepção sobre as mudanças climáticas já está presente no cotidiano da população. Segundo o estudo, 94% dos brasileiros afirmam ter sentido ao menos um efeito direto em suas regiões, enquanto apenas 3% dizem não ter percebido nada. Outros 3% não souberam responder.

A pesquisa foi realizada entre 3 e 16 de julho de 2025, com duas mil pessoas de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais. O efeito mais relatado é a onda de calor, mencionada por 69% dos entrevistados.

Em seguida aparecem as secas prolongadas, com 42%, e mudanças no padrão das estações do ano, citadas por 35%. O estudo chega às vésperas da COP30, que ocorre entre 10 e 21 de novembro em Belém.

Pela primeira vez, a conferência da ONU será realizada na Amazônia, reunindo líderes globais para discutir ações de enfrentamento às mudanças climáticas. Para Marina Siqueira, diretora de Sustentabilidade da Quaest, os dados mostram que a população brasileira já reconhece os impactos e pode ser aliada nas políticas ambientais.

Gráfico da percepção dos brasileiros acerca das mudanças no clima. Fonte: Pesquisa Quaest

A pesquisa também avaliou o nível de preocupação. Segundo o levantamento, três em cada quatro brasileiros se dizem preocupados com as mudanças climáticas. Entre eles, 44% afirmam estar muito preocupados e 33% preocupados. Apenas 4% declaram não ter preocupação alguma com o tema, enquanto 8% se dizem indiferentes.

A preocupação aparece em todas as faixas de renda, escolaridade e regiões. Entre as mulheres, 49% se dizem muito preocupadas, contra 40% dos homens. Na avaliação da Quaest, o tema já ultrapassa recortes ideológicos e está presente no cotidiano do país.

O levantamento investigou ainda quem os brasileiros consideram responsável pelo agravamento da crise climática. Para 84% dos entrevistados, o setor produtivo é o principal causador, incluindo indústria, agronegócio e geração de energia não renovável. Essa percepção se soma à crescente pressão global por mudanças nos modelos de produção.

Outros 38% apontam os padrões de consumo da sociedade como responsáveis, enquanto 29% atribuem mais culpa ao governo e ao poder público. Apenas 6% afirmam que nenhum desses fatores tem relação direta ou que não acreditam que as mudanças climáticas estejam ocorrendo.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.