O 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como “Papudinha”, está passando por reformas e pode se tornar o local de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado. A unidade fica dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e abriga tanto alojamentos de policiais quanto celas destinadas a militares presos.
Em junho de 2025, a Polícia Militar do DF recebeu uma emenda parlamentar de R$ 500 mil para obras de melhoria nos alojamentos do batalhão. Segundo a corporação, os trabalhos visam apenas o conforto dos policiais que atuam na unidade, sem relação com as áreas de custódia.
“As obras em andamento no 19º Batalhão não têm qualquer relação com as celas ou com o espaço destinado a custodiados”, informou a PMDF em nota oficial. Apesar da recente reforma, a última melhoria realizada na área prisional ocorreu em 2020, segundo a coluna Grande Angular no Metrópoles.
Caso Bolsonaro tenha sua prisão decretada em regime fechado, esse poderá ser o local destinado ao seu cumprimento inicial de pena, devido às condições de segurança e à proximidade com o sistema penitenciário central do DF.
O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, no último dia 7 de novembro, o recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro contra a condenação. A decisão da Primeira Turma foi unânime e manteve a pena de 27 anos e 3 meses. O julgamento, em plenário virtual, deve ser concluído no dia 14, quando se encerra o prazo para alterações nos votos.
A defesa ainda pode apresentar novos recursos, os chamados “segundos embargos de declaração”, o que deve adiar a execução da pena. Apenas após o trânsito em julgado e a publicação do acórdão é que o juízo poderá determinar o início do cumprimento da sentença. Nos bastidores do STF, a expectativa é de que o processo seja concluído ainda neste ano.
Enquanto isso, o ministro Alexandre de Moraes avalia as condições para a eventual transferência do ex-presidente ao sistema prisional. A Papudinha é considerada a opção mais viável, mas a equipe jurídica do Supremo também estuda fatores de saúde que possam justificar a manutenção da prisão domiciliar por razões humanitárias.