Votação que reconduziu Gonet à PGR é a menor desde 1989

Atualizado em 12 de novembro de 2025 às 21:49
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, sério, com expressão de insatisfação
O procurador-geral da República, Paulo Gonet – Reprodução

O Senado aprovou nesta quarta-feira (12) a recondução de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República, por 45 votos a 26. O placar é o mais apertado desde 1989, ano em que começou a ser exigida a sabatina e a votação para o cargo. Gonet precisava de 41 votos para ser reconduzido e, em 2023, havia sido aprovado por 65 a 11. Com informações da Folha de S.Paulo.

A queda no apoio ocorre após atritos com parlamentares bolsonaristas ligados ao processo da trama golpista que levou Jair Bolsonaro a ser condenado a 27 anos e três meses de prisão. Mais cedo, na sabatina da CCJ, senadores da oposição já haviam indicado voto contrário. O colegiado aprovou o nome por 17 a 10, abaixo dos 23 a 4 registrados na primeira indicação.

Durante a sabatina, Gonet afirmou que a PGR não apresenta denúncias “precipitadas” e disse que o órgão não criminaliza a política. Também declarou que não interfere nas competências de outros Poderes. Ele mencionou ser bem avaliado na carreira e citou mensagem de apoio enviada pelo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República.

Gonet não fez articulação direta pela própria aprovação, prática comum em indicações do tipo. Escolhido por Lula em 2023 fora da lista tríplice, mantém expectativa de alinhamento com a maioria do STF nos processos da trama golpista. Embora tenha sido vice-procurador-geral eleitoral na gestão de Augusto Aras, não é apontado internamente como nome ligado ao antecessor.

A sessão no plenário ocorreu sob orientação do presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que pediu aos senadores que permanecessem no recinto para evitar risco de rejeição por falta de quórum. Outras indicações estavam na pauta e dependiam da presença mínima para votação.

Antes de Gonet, as votações mais apertadas haviam sido as de Aristides Junqueira, em 1989 e 1991, e a de Cláudio Fonteles, em 2003. Nenhum dos indicados desde então havia recebido número tão baixo de votos favoráveis quanto o registrado nesta quarta-feira (12).

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.