
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira (12), o projeto de lei que garante o financiamento do governo para o ano-fiscal de 2026, após 43 dias do mais longo shutdown da história do país. O texto recebeu 222 votos favoráveis, incluindo seis democratas, e 209 contrários, entre eles dois republicanos. A proposta assegura recursos até o fim do exercício para agricultura, construção militar, pagamento de veteranos e programas do Poder Legislativo.
O projeto estabelece financiamento integral para o Departamento de Agricultura, FDA, atividades de construção militar e habitação familiar do Departamento de Defesa, Departamento de Assuntos de Veteranos e órgãos do Congresso. Para os demais setores, o texto prorroga temporariamente o orçamento anterior, o que mantém a possibilidade de um novo impasse no Congresso em 30 de janeiro.
A medida também prevê pagamento retroativo a todos os funcionários federais que ficaram sem salário durante o shutdown, proíbe cortes de pessoal até 30 de janeiro e anula reduções adotadas por agências desde 1º de outubro. A proposta segue para a assinatura do presidente norte-americano Donald Trump. Mais cedo, a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o republicano deve formalizar o fim da paralisação ainda nesta quarta (12).
.@PressSec: "Democrats dragged on the government shutdown for 43 DAYS… President Trump looks forward to finally ending this devastating Democrat Shutdown with his signature — and we hope that signing will take place later tonight." pic.twitter.com/NUKwyREwkn
— Rapid Response 47 (@RapidResponse47) November 12, 2025
Durante o shutdown, setores essenciais registraram problemas. A FAA informou que nove centros de controle de tráfego aéreo enfrentaram falta de pessoal, afetando operações em cidades como Albuquerque, Jacksonville, Indianápolis e Nova York. A situação levou ao atraso e cancelamento de voos. A paralisação também suspendeu a divulgação de dados econômicos por órgãos federais.
Um dos pontos de maior tensão nas negociações foi o financiamento da Lei de Acesso à Saúde (“Affordable Care Act”), cujo orçamento parte dos republicanos busca reduzir. Mesmo após a aprovação do pacote, democratas da Câmara mantiveram resistência à reabertura do governo.
O deputado Mike Levin comentou no X que o partido deveria rever o papel de Chuck Schumer, afirmando: “Acho que é um péssimo negócio para o povo americano que isso não tenha sido resolvido”.
Mais cedo, o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, discursou em frente ao Capitólio e criticou o Partido Republicano pelo impacto sobre o sistema de saúde. “Como democratas, estamos comprometidos em enfrentar essa crise de acessibilidade. É disso que se trata essa luta”, afirmou. “Continuaremos essa luta para consertar nosso sistema de saúde falho.”