O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, com apoio da Polícia Militar, deflagrou nesta sexta-feira (14) a Operação Prisma contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em 13 cidades de São Paulo e Minas Gerais.
A ofensiva mira suspeitos investigados por tráfico de drogas, roubos, agiotagem e pela instalação de um “tribunal do crime” responsável por impor decisões violentas na região de Franca. Ao todo, são cumpridos 33 mandados de prisão temporária e diversos de busca e apreensão.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, um homem identificado como Mateus Henrique Cintra, de 30 anos, morreu após reagir à abordagem em sua casa, no bairro City Petrópolis, em Franca.
Segundo o Gaeco, ele foi baleado na cabeça e no braço. Equipes do Samu chegaram a ser acionadas, mas a morte foi confirmada no local. Até o último balanço, 22 pessoas haviam sido presas e apreensões incluíam drogas, aparelhos eletrônicos e dinheiro em espécie. A polícia não registrou outros confrontos.
As investigações começaram em janeiro deste ano e envolveram análises de mensagens, áudios e dados extraídos de celulares apreendidos.
De acordo com o promotor Rafael Piola, os elementos reunidos confirmam a existência de uma estrutura “organizada, estável e hierarquizada”, voltada à logística do tráfico, à cobrança de dívidas e à resolução de conflitos por meio de violência. Os alvos da operação atuavam não apenas em Franca, mas também em municípios vizinhos, consolidando um núcleo regional da facção.
Os suspeitos foram levados à Central de Polícia Judiciária de Franca e depois encaminhados à penitenciária local, onde permanecerão à disposição da Justiça. A maior parte possui antecedentes criminais.
A Operação Prisma recebeu esse nome por simbolizar a identificação das diferentes funções e ramificações da organização criminosa, assim como um prisma “revela elementos contidos em um único feixe de luz”, explicou o Gaeco.
Os mandados foram cumpridos em Franca, Cristais Paulista, Jeriquara, Altinópolis, Cravinhos, Matão, Ribeirão Preto, Ituverava, São Carlos, Patrocínio Paulista e Miguelópolis, além das cidades mineiras de Delfinópolis e Uberlândia.
As autoridades afirmam que a ação pretende não apenas prender integrantes já identificados, mas também aprofundar o mapeamento de bens ilícitos ligados ao grupo, avançar na coleta de provas e fragilizar a expansão territorial do PCC na região.