
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem reagido com irritação a aliados que o acusam de ser “o camisa 10 de Lula”. Segundo esses críticos, a popularidade do presidente teria sido impulsionada pelo episódio em que Eduardo articulou, nos bastidores dos Estados Unidos, a ofensiva tarifária de Donald Trump contra o Brasil, agora negociada pelo chanceler Mauro Vieira.
O apelido irônico tem sido usado por Lula e auxiliares do governo, que acreditam que Eduardo contribuiu com a recuperação da popularidade do governo com sua articulação golpista nos Estados Unidos. Segundo integrantes do Palácio do Planalto, o petista diz que o deputado acabou “jogando a favor” dele.
O deputado rejeita essa leitura e tenta afastar a ideia de que suas ações beneficiaram o governo Lula. O incômodo também é direcionado a antigos aliados que hoje orbitam a possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nas últimas semanas, Eduardo ampliou ataques contra nomes do próprio campo conservador, como os governadores Mauro Mendes, do Mato Grosso, e Romeu Zema, de Minas Gerais. Ambos têm mantido distância das polêmicas envolvendo o deputado.
Em entrevista à Jovem Pan, ele afirmou que “Mauro Mendes e Romeu Zema não têm coragem de dar nomes aos bois” e se descreveu como “alvo da direita”.
Em tom mais agressivo, questionou o rótulo de “camisa 10 de Lula”. “Será que sou eu, camisa 10, do Lula? Ou será que todas essas prostitutas que tão aí querendo criar essa narrativa… Será que esses daí não são os camisas 10 do Alexandre de Moraes?”, disse, atacando rivais internos e atribuindo a eles a construção dessa imagem.
Eduardo: "Eu não sou camisa dez do Lula, eu sou perseguido do Lula"
"Mauro Mendes e Romeu Zema, não tem coragem de dar nomes aos bois"
"É lamentável que a direita se divida, e eu seja o alvo"@BolsonaroSP na Jovem Pan. pic.twitter.com/IPEvACizOD
— Luli (@crisdemarchii) November 13, 2025
Em publicações no X, o deputado acusou antigos aliados de tentarem apropriar-se do eleitorado bolsonarista. “Veja quem é quem nesse jogo, porque amanhã muita gente retornará se fantasiar de direita e anti-Lula para tentar te enganar e levar o seu voto bolsonarista”, afirmou, sugerindo que parte da direita estaria usando Bolsonaro como plataforma eleitoral.
Eduardo também ameaçou divulgar uma lista de supostos traidores do bolsonarismo, que ele chama de “prostitutas”.