
O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou nesta sexta-feira (14) que o presidente Donald Trump está preparado para cumprir a promessa de retirar tarifas de importação sobre produtos que não são fabricados em território americano.
Em entrevista à CNBC, Greer explicou que há “microáreas” do comércio internacional, como café, cacau e bananas, em que os EUA não têm necessidade de barreiras alfandegárias. Segundo ele, o momento seria favorável para esse movimento após o avanço de entendimentos comerciais com quatro países latino-americanos nesta quinta-feira (13).
“E, portanto, o presidente decidiu que, agora que temos isso em vigor, temos esses acordos em mãos, é hora de retirar algumas dessas tarifas sobre produtos. Produtos que não fabricamos aqui”, afirmou.
A Casa Branca anunciou que Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala chegaram a acordos preliminares que devem ser concluídos nas próximas duas semanas.
A negociação abre espaço para ampliar as exportações agrícolas e industriais dos Estados Unidos, enquanto os quatro países se comprometeram a não criar impostos sobre serviços digitais oferecidos por big techs.

Mesmo com os avanços, o governo americano comunicou que manterá as tarifas gerais já existentes: 10% sobre produtos provenientes da Argentina, El Salvador e Guatemala, e 15% para mercadorias do Equador. A redução mencionada por Greer deve atingir apenas uma lista restrita de itens.
A administração Trump afirmou ainda que mantém conversas com outros países da região para ampliar acordos de comércio. O Brasil, entretanto, não foi incluído nas negociações. Atualmente, produtos brasileiros enfrentam sobretaxas de 50%, impostas sob o argumento de proteger a indústria norte-americana.
Os novos entendimentos reforçam a estratégia de Trump de pressionar parceiros comerciais ao mesmo tempo em que busca aliviar custos internos em setores que dependem de produtos originários do exterior.
Com o avanço das negociações, a Casa Branca tenta consolidar um pacote de medidas que equilibra proteção ao mercado doméstico e redução de tarifas consideradas desnecessárias.
Segundo Greer, o objetivo do governo é evitar que tarifas incidam sobre itens que os EUA simplesmente não produzem, ao mesmo tempo em que fortalecem acordos bilaterais para ampliar a presença de produtos americanos na América Latina.