
A Câmara Municipal de Natal deu um novo passo no processo que pode levar à cassação do mandato da vereadora Brisa Bracchi, do PT. A parlamentar é acusada por colegas de ter utilizado R$ 18 mil em emendas impositivas para apoiar uma festa realizada após a decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Com informações do Metrópoles.
O caso motivou a abertura de uma Comissão Especial Processante em agosto deste ano, a partir de denúncia do vereador Matheus Faustino. Na quinta-feira (13), um dia depois de Brisa apresentar sua defesa, o relator da comissão, vereador Fúlvio Saulo, do Solidariedade, entregou um parecer recomendando a cassação do mandato.
O documento considera procedentes as acusações e sustenta que houve irregularidade no uso dos recursos, apesar dos argumentos apresentados pela defesa da vereadora.
O processo segue agora para apreciação no plenário da Câmara, onde Brisa poderá novamente se manifestar antes que os vereadores decidam se acolhem ou não o parecer do relator. A petista afirma que as acusações são infundadas e que não houve qualquer desvio de finalidade no uso das emendas.

A ofensiva contra a vereadora provocou reação imediata do PT nacional. O presidente do partido, Edinho Silva, classificou o processo como um ataque motivado por razões políticas. Para ele, Brisa enfrenta “perseguição política” dentro da Câmara Municipal de Natal, conduzida por adversários que tentariam fragilizar sua atuação.
“Aquilo que se diz ser um processo de investigação contra sua atuação parlamentar, na verdade, está mais do que caracterizado como um episódio de violência política, de perseguição contra uma mulher jovem que luta pelos seus ideais”, afirmou Edinho ao comentar o caso.
O dirigente partidário também criticou o relator, alegando que o parecer ignorou os argumentos e documentos apresentados pela defesa. Segundo ele, a comissão desconsiderou elementos essenciais que poderiam afastar a acusação de mau uso de verba pública.
Brisa Bracchi, que cumpre seu primeiro mandato, passou a receber apoio público de dirigentes petistas e de parlamentares de outros estados, que veem no processo um precedente perigoso para casos semelhantes envolvendo mulheres jovens e lideranças de esquerda.