
A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida no inquérito que apura denúncias de assédio e importunação sexual.
O relatório já foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, agora, caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir se apresentará denúncia, solicitará novas diligências ou arquivará o caso.
O inquérito tramita sob sigilo e tem como relator o ministro André Mendonça, responsável por remeter o documento à PGR. A defesa de Silvio Almeida afirmou que não irá se pronunciar. O ex-ministro nega todas as acusações.
Silvio Almeida foi demitido do governo Lula em setembro do ano passado, após vir a público que denúncias haviam sido encaminhadas à ONG Me Too Brasil.
Anielle Franco prestou depoimento
Entre as denunciantes está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que foi ouvida pela PF. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, em outubro passado, ela afirmou que as importunações começaram em 2023 e se estenderam por cerca de um ano.
Segundo Anielle, um dos episódios ocorreu em maio de 2023, durante uma reunião de trabalho, quando Almeida teria a tocado por baixo da mesa. Na ocasião, estavam presentes outros integrantes do governo, incluindo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
“[A importunação] durou alguns meses, assim, mais de ano, na verdade. Começa com falas e cantadas mal postas, eu diria. E vai escalando para um desrespeito pelo qual eu também não esperava. Até situações que mulher nenhuma precisa passar, merece passar ou deveria passar”, declarou ela.