Eduardo Bolsonaro deve aumentar ataques ao STF e lançar Flávio na disputa presidencial

Atualizado em 15 de novembro de 2025 às 10:23
Eduardo e Flávio Bolsonaro. Foto: Reprodução

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deve intensificar uma campanha contra o Supremo Tribunal Federal (STF) no exterior e, paralelamente, apoiar o irmão Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como plano B à Presidência, caso Jair Bolsonaro continue impedido de disputar, segundo aliados do clã, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Interlocutores afirmam que Eduardo ampliará sua agenda internacional contra o STF e contra o governo brasileiro. A avaliação interna é de que o deputado não deve retornar ao país tão cedo, devido ao avanço do processo no qual a Primeira Turma do Supremo já formou maioria para torná-lo réu por coação.

Segundo o relator Alexandre de Moraes, há indícios de que Eduardo atuou para criar “instabilidade” e pressionar o STF a livrar Jair Bolsonaro da condenação pela tentativa de golpe de 2022.

Enquanto reforça a ofensiva contra o Judiciário ao lado do golpista Paulo Figueiredo, Eduardo já admite, nos bastidores, apoiar Flávio como plano B para a Presidência. As conversas avançam, mas a decisão final ficará para 2026.

Os aliados do deputado ainda apostam na aprovação de uma anistia ampla no Congresso, que classificam como prioridade até fevereiro.

Viagens e foco na direita internacional

Mesmo radicado nos Estados Unidos por tempo indeterminado — por temer ser preso caso retorne ao Brasil — Eduardo seguirá viajando para países alinhados à direita global.

A próxima agenda será em El Salvador, para o Fórum Mundial da Segurança, junto de Flávio Bolsonaro e outros parlamentares, onde pretendem conhecer políticas de Nayib Bukele, que se tornou referência para a extrema-direita na América Central.

Nayib Bukele, ditador de El Salvador. Foto: Marvin Recinos/AFP

Expectativa e impacto na disputa de 2026

O processo da trama golpista deve ser concluído na próxima semana, quando os prazos de recursos se encerram. Jair Bolsonaro pode ser condenado ao regime fechado entre o fim de novembro e o início de dezembro.

Aliados avaliam que um desfecho desfavorável enfraqueceria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na disputa presidencial, por demonstrar que ele não conseguiu evitar a prisão do aliado, apesar da interlocução com o STF.