“Já tomei uma decisão sobre a Venezuela, mas não posso dizer qual”, afirma Trump

Atualizado em 15 de novembro de 2025 às 11:59
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Kamil Krzaczynski e Federico Parra/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que já decidiu qual será sua ação em relação à Venezuela, mas evitou anunciar publicamente qual caminho seguirá. A declaração foi feita na sexta-feira (14), a bordo do Air Force One, em meio à crescente presença militar norte-americana no Caribe.

Trump confirmou que a escolha sobre uma possível operação militar já foi feita. “Não posso dizer qual seria a decisão, mas já me decidi”, disse o republicano aos repórteres. Washington acusa o governo venezuelano de manter vínculos com o narcotráfico.

A declaração ocorre enquanto a Casa Branca realiza reuniões de alto nível para discutir opções de resposta à escalada de ataques contra embarcações na costa venezuelana.

Reforço militar no Caribe

Nos últimos dois meses, os Estados Unidos enviaram F-35, navios de guerra e um submarino nuclear para a região. Nesta semana, o porta-aviões Gerald Ford entrou na América Latina com mais de 75 aeronaves e cerca de 5 mil militares.

Segundo quatro autoridades americanas e outra pessoa com conhecimento do assunto, ao menos três reuniões internas ocorreram entre quarta (12) e quinta (13). Participaram o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth, o conselheiro Stephen Miller e o general Dan Caine.

Trump esteve presente no encontro de quinta, na Sala de Situação, onde recebeu um briefing com diferentes opções de ação.

Porta-aviões USS Gerald R. Ford com número 78 visível na superestrutura, bandeira dos EUA hasteada, sob céu azul com nuvens. Esquadrilha aérea de cinco aviões voa em formação acima do convés.
Avião B-52 escoltado por caças F/A-18 visto do deque do USS Gerald Ford, na região da América Latina. Foto: Marinha dos EUA

Possíveis operações e acusações

Embora não haja confirmação sobre o teor das alternativas, Trump já insinuou anteriormente a possibilidade de ataques terrestres e afirmou que não tem como objetivo “mudar o regime” de Nicolás Maduro.

Maduro, por sua vez, acusa os EUA de tentarem destituí-lo. Washington elevou em agosto a recompensa por informações que levem à prisão do venezuelano para US$ 50 milhões, alegando ligações com o narcotráfico.

Até agora, as Forças Armadas dos EUA realizaram operações contra embarcações suspeitas de tráfico, resultando em cerca de 20 ataques e 80 mortes nas águas internacionais do Caribe e do Pacífico. As ações já são alvo de questionamentos legais de democratas e críticas de aliados europeus.