
A crise entre Donald Trump e a congressista Marjorie Taylor Greene ganhou proporções públicas nos Estados Unidos. O rompimento veio à tona na sexta-feira, 14, quando o presidente publicou na Truth Social que considera apoiar um adversário contra ela nas eleições de meio de mandato do próximo ano. No mesmo texto, ele chamou Greene de “maluca”.
A ruptura ocorre em meio a uma série de tensões que se intensificaram nos últimos meses. Greene vinha criticando a condução do governo em relação aos arquivos ligados ao empresário Jeffrey Epstein e cobrava maior atenção de Trump a questões internas. A discussão se tornou mais aguda à medida que a Câmara se aproxima de uma votação sobre a liberação desses documentos.
Trump acusou a congressista de adotar posições que, segundo ele, se afastaram da direita. Disse que ela tem passado os últimos meses apenas reclamando e afirmou que estava “irritado” com as insistentes ligações de Greene. O presidente afirmou que não consegue atender “uma lunática reclamona todos os dias”.
Greene respondeu pelo X. Ela acusou Trump de atacá-la e de mentir sobre suas ações, divulgando um suposto print de mensagem enviada ao presidente sobre a liberação dos arquivos de Epstein. A parlamentar afirmou que Trump estaria tentando impedir que os documentos venham a público.
President Trump just attacked me and lied about me. I haven’t called him at all, but I did send these text messages today. Apparently this is what sent him over the edge.
The Epstein files.
And of course he’s coming after me hard to make an example to scare all the other… pic.twitter.com/EcUzaohZZs
— Rep. Marjorie Taylor Greene🇺🇸 (@RepMTG) November 15, 2025
A congressista lembrou que dedicou tempo e recursos pessoais para defender Trump em momentos de maior desgaste dentro do Partido Republicano. Reforçou que não o “venera” nem o “serve” e que mantém posição independente apesar da longa aliança.
A tensão atual consolida fissuras que já se ampliavam desde as eleições deste mês, quando democratas avançaram em Estados como Nova Jersey e Virgínia, em meio à preocupação dos eleitores com o custo de vida. Greene vinha insistindo que Trump deveria priorizar temas domésticos e reduzir o foco em encontros internacionais.
Na semana anterior, a congressista havia criticado o fluxo de líderes estrangeiros na Casa Branca, afirmando que isso não ajudava os americanos. Trump reagiu dizendo que Greene “perdeu o rumo” e sugeriu que algo mudou no comportamento dela nos últimos meses. Ele também afirmou que recebeu ligações de pessoas interessadas em desafiá-la nas primárias.
Enquanto o embate se intensificava, democratas divulgaram e-mails em que Epstein mencionava Trump ao comentar seus crimes. Os documentos sugerem que o presidente tinha conhecimento dos abusos. A Casa Branca rebateu dizendo que os e-mails são uma tentativa de difamar Trump e lembrou que ele expulsou Epstein de seu clube. O Comitê de Fiscalização da Câmara, no entanto, afirmou que os novos registros levantam mais dúvidas sobre a relação entre ambos.