
Carlos Bolsonaro voltou a lançar suspeitas no ar neste sábado, mas novamente sem apresentar qualquer evidência concreta. Desde que deixou de atuar com regularidade como vereador no Rio de Janeiro, o filho de Jair Bolsonaro passou a usar as redes para espalhar insinuações sobre política externa, tarifas e pressões dos Estados Unidos, sempre apresentadas como “alertas”, mas jamais acompanhadas de documentos, trechos verificáveis ou confirmações oficiais. A mais recente envolve supostas cartas de Donald Trump ao Brasil, cuja existência nunca foi demonstrada.
O movimento se repete: Carlos apresenta teorias sobre liberdade, democracia e perseguição, associando tarifas comerciais a pedidos de libertação de seu pai e de presos pelos atos de 8 de janeiro. Nenhuma dessas relações aparece sustentada por fatos públicos. Mesmo assim, ele usa as afirmações para atacar setores econômicos, imprensa e adversários internos, acusando-os de mentir e manipular. A retórica serve mais para criar ruído do que para esclarecer qualquer debate de interesse público.
O curioso é que, enquanto deixa questões pendentes no Rio, onde é vereador, Carlos tem investido tempo e energia em Santa Catarina, estado onde pretende disputar o Senado. As declarações inflamadas, muitas delas direcionadas a grupos que sequer estão envolvidos no tema, acabam funcionando como balões de ensaio para medir apoio e provocar turbulência política local. A estratégia se assemelha à de seu irmão Eduardo, que também vem testando ataques e insinuações para reorganizar o bloco bolsonarista de olho em 2026.
A repetição desse padrão, sem provas e sem justificativas, reforça a fase de fragmentação do campo bolsonarista e a disputa interna por protagonismo. Em vez de apresentar propostas concretas ou justificar a atuação como vereador, Carlos Bolsonaro aposta em polêmicas que ampliam o clima de confusão e tentam ocupar espaço político onde pretende construir sua candidatura. O resultado é um debate contaminado por alegações vazias e pautas que não avançam além do próprio círculo de tensionamento permanente que ele alimenta.
Sem festejar, apenas expondo fatos: as tarifas dos EUA seguem trazendo o mesmo recado estampado logo na primeira linha de uma das cartas de Trump ao Brasil – “Libertem Jair Bolsonaro e os presos políticos de 8 de janeiro.” Desde o início, eles demonstram mais preocupação com a…
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) November 15, 2025