Protesto “pacífico” da Geração Z no México deixa ao menos 100 policiais feridos

Atualizado em 15 de novembro de 2025 às 23:05
Manifestantes avançam contra a polícia durante marcha na Cidade do México. Foto: Marco Ugarte/AP Photo

Uma manifestação que começou de forma pacífica na Cidade do México terminou em confronto neste sábado (15). A “marcha da Geração Z” protestava contra o governo da presidente Claudia Sheinbaum e contra o aumento da violência no país, especialmente após o assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo. Jovens lideraram o ato, embora pessoas de várias idades tenham participado. Com informações da AFP.

As tensões aumentaram quando um grupo tentou derrubar as barreiras metálicas que protegiam o Palácio Nacional. Manifestantes escalaram a estrutura e começaram a golpeá-la, o que levou policiais e militares a reagirem com gás lacrimogêneo, pó de pólvora e extintores de incêndio. Em resposta, parte dos manifestantes lançou fogos de artifício contra as forças de segurança. Gritos cobrando proteção para Carlos Manzo ecoaram pelo local.

Por volta das 13h, alguns participantes conseguiram abrir uma brecha na cerca e avançaram em direção ao Palácio Nacional, mas foram contidos pelas forças policiais, que agiram para dispersar o grupo.

O secretário de Segurança Pública da Cidade do México, Pablo Vázquez, afirmou que ao menos 100 policiais ficaram feridos no confronto, sendo 40 encaminhados ao hospital. A Reuters reportou ainda que cerca de 20 civis também sofreram ferimentos. Agentes adicionais foram enviados ao local conforme as tensões se agravavam.

O estopim social está ligado ao clima de insegurança na região de Michoacán. O prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, crítico da política de segurança nacional, foi assassinado a tiros em 2 de novembro durante um evento do Dia dos Mortos. Dias antes, o líder dos produtores de limão do estado, Bernardo Bravo, também havia sido morto. Durante o protesto, muitos participantes usavam chapéus semelhantes aos de Manzo como símbolo de homenagem.

A presidenta Claudia Sheinbaum, que mantém aprovação acima de 70% desde que assumiu o governo em 2024, havia criticado a convocação da marcha. Na quinta-feira (13), classificou o ato como “inorgânico” e “pago”, atribuindo a mobilização a supostos impulsos “promovidos do exterior”.