
A Etiópia confirmou seu primeiro surto do vírus de Marburg após identificar nove casos no sul do país. O anúncio veio um dia depois de a Organização Mundial da Saúde informar que havia suspeitas de febre hemorrágica viral em investigação. O vírus pertence à mesma família do ebola e é considerado ainda mais letal, com taxa de mortalidade alta e evolução rápida.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a doença provoca febre hemorrágica grave, com sintomas que incluem febre alta, erupções cutâneas e sangramentos internos. O agente infeccioso tem origem em morcegos frugívoros egípcios e é transmitido pelo contato direto com fluidos de pessoas infectadas ou materiais contaminados, como roupas e lençóis.
Não há tratamento específico nem vacina disponível para o vírus.. Os cuidados se limitam ao suporte clínico, como hidratação e repouso. Diante da confirmação, o Ministério da Saúde etíope isolou os pacientes e iniciou a busca ativa de pessoas que possam ter tido contato com eles.
As autoridades pediram calma à população e orientação imediata caso surjam sintomas compatíveis. Em comunicado, o governo afirmou que equipes de vigilância estão atuando nas áreas afetadas e que os protocolos de segurança foram reforçados para evitar a disseminação.

A OMS elogiou a reação do governo etíope. O diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que a ação rápida demonstra o compromisso do país em controlar o surto antes de uma expansão maior. A transparência no compartilhamento das informações também foi destacada pela organização.
O surto coloca a Etiópia no centro de um alerta sanitário internacional. Países vizinhos monitoram possíveis riscos de circulação, enquanto equipes de saúde buscam interromper a cadeia de transmissão local. O caso também reacende a atenção global para os filovírus, que historicamente provocaram grandes epidemias na África.
O vírus de Marburg e o ebola pertencem à mesma família de filovírus e causam febres hemorrágicas graves, mas o Marburg costuma apresentar letalidade maior. Em surtos documentados, o Marburg já alcançou mortalidade de até 90%, enquanto o ebola varia normalmente entre 25% e 70%, dependendo da espécie viral e da estrutura de atendimento disponível. Ambos causam febre alta, vômitos, sangramentos e falência de órgãos, mas o Marburg tende a evoluir de forma mais rápida e com menor margem para tratamento eficaz.