Negociações da COP30 avançam com pressão indígena e debate sobre combustíveis fósseis

Atualizado em 16 de novembro de 2025 às 11:59
André Correa do Lago, presidente da COP30, sério, falando em microfone, sem olhar para a câmera
André Correa do Lago, presidente da COP30 – Reprodução

As negociações climáticas da ONU avançaram para a metade do cronograma nesta sexta-feira (14), com os países analisando quais temas podem integrar um eventual acordo final da COP30, realizada em Belém. Paralelamente, representantes de povos indígenas organizaram um protesto pacífico na entrada da cúpula e solicitaram reunião direta com o presidente da conferência, André Corrêa do Lago.

O povo Munduruku divulgou declaração afirmando que a Amazônia não deve ser usada para projetos que favoreçam grandes empresas. O texto menciona que o território do grupo no Norte do Brasil possui cerca de 24.000 km². Em outro comunicado, líderes indígenas solicitaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouça suas reivindicações durante o encontro climático.

A presidência brasileira da COP30 informou que pretende direcionar os debates à execução de acordos anteriores, em vez de lançar novos compromissos. Para evitar impasses sobre temas sensíveis, Corrêa do Lago decidiu, antes da abertura da cúpula, separar assuntos como financiamento climático, metas nacionais e comércio internacional para tratativas específicas.

Entrada da COP30
Entrada da COP30 – Reprodução

Os negociadores de 195 países trabalham para consolidar pontos já pactuados, como métodos de medição e apoio às ações voltadas à adaptação climática. O objetivo é detalhar instrumentos técnicos para aumentar a capacidade de resposta aos efeitos do aquecimento global, incluindo eventos extremos e impactos sobre comunidades vulneráveis.

Alguns países, entre eles o Brasil, defendem uma declaração que avance a decisão tomada na COP28 sobre a “transição para longe dos combustíveis fósseis”. Como o tema não integra a agenda formal desta edição, a inclusão do assunto em uma decisão de capa é vista como alternativa para registrar consenso sobre a transição energética.

A possibilidade de um texto final ainda é incerta, mas representantes internacionais, como o ministro do Clima da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, afirmaram que a discussão pode entrar no documento principal caso haja acordo até o encerramento da conferência, previsto para 21 de novembro. Delegações também tratam da necessidade de manter coordenação global, mesmo após a saída dos Estados Unidos do processo.

Seminário Pós-COP:  O Brasil diante das transformações globais 

24 de novembro de 2025  (segunda-feira); sessões às 10:00-12:30 e 19:00-21:30 

FESPSP – Rua General Jardim, Vila Buarque, São Paulo/SP 

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Sessão da Manhã (10:00-12:30) 

Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão 

Ricardo Abramovay (Professor Sênior, Instituto de Energia e Ambiente, USP) 

Gabriel Ferraz Aidar (Superintendente de Planejamento e Pesquisa Econômica, BNDES) 

Alexandre Ramos Coelho (Coordenador do MBA em Geopolítica da Transição Energética, FESPSP)

Sessão da Noite 19:00-21:30

Painelistas confirmados:

Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão

Paulo Teixeira (Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar)  

Luciana Aparecida da Costa (Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática, BNDES)

Juliano Medeiros (Historiador e Professor Convidado da FESPSP) 

Uma parceria DCM + FESPSP para debater o futuro climático do Brasil com rigor acadêmico e compromisso social. https://poscop.org/ 

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.