
Os ministros Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral, Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, se reuniram neste sábado (15) com o cacique Raoni Mẽtyktire na zona azul da COP30, o principal espaço da conferência climática realizada em Belém (PA). O encontro fez parte da agenda oficial da delegação brasileira no evento.
Durante a reunião, Raoni apresentou reivindicações relacionadas à proteção territorial e às ações do governo federal envolvendo populações indígenas. Os ministros afirmaram que as demandas serão encaminhadas às áreas responsáveis dentro da administração federal.
A agenda ocorreu menos de 24 horas após um protesto de indígenas do povo munduruku em frente ao acesso principal da COP30. O ato foi realizado na sexta-feira (14) e reuniu grupos que pediam a revogação do decreto que institui o Plano Nacional de Hidrovias.
A Marcha dos Povos pelo Clima hoje em Belém foi potente! Os países do Norte Global são os grandes responsáveis pela crise climática e tem que assumir responsabilidade real para desfazer o estrago que criaram. É isso que esperamos da COP 30. Os movimentos sociais, indígenas e… pic.twitter.com/kaK9jEvIJS
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) November 15, 2025
O decreto, assinado neste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabelece diretrizes para projetos de hidrovias em várias regiões do país. Segundo os manifestantes, há preocupação com impactos ambientais e sociais em territórios indígenas.
Os munduruku também apresentaram reivindicações relacionadas à presença de grandes empreendimentos dentro de áreas tradicionais. Representantes do grupo destacaram a necessidade de medidas de proteção específicas para suas aldeias.
Outra demanda mencionada pelos indígenas foi o cancelamento da Ferrogrão, projeto de ferrovia planejado para ligar Mato Grosso ao Pará. O tema segue em discussão dentro do governo e envolve análise de impactos territoriais e ambientais.