
Deputados governistas intensificaram a pressão para substituir Guilherme Derrite (PP-SP) da relatoria do PL Antifacção, após ampliarem críticas ao texto e apontarem que o deputado “perdeu a condição” de conduzir a proposta. Com informações do Uol.
Deputados da base têm demonstrado insatisfação com a condução de Derrite. No X, Rogério Correia (PT-MG) afirmou que o relator “derreteu” o projeto, enquanto Glauber Braga (PSOL-RJ) pediu que ele deixasse a relatoria da proposta.
“Com certeza o Derrite está arrependido de ter topado ser relator do chamado projeto ‘antifacção’. Achou que estava fazendo uma jogada de mestre, mas, na vida real, está saindo profundamente desgastado”, afirmou o psolista.
Para os governistas, o PL apresentado por Derrite representa “blindagem” política e ficou ainda mais controverso após a foto em que o relator aparece jantando com Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo Cunha. “Virou símbolo de um projeto desmascarado”, disse Glauber.
Com certeza o Derrite está arrependido de ter topado ser relator do chamado projeto “antifacção”. Achou que estava fazendo uma jogada de mestre, mas na vida real está saindo profundamente desgastado.
A foto dele jantando com Cunha e Lira virou o símbolo perfeito de um projeto…— Glauber Braga (@Glauber_Braga) November 15, 2025
Rogério Correia reforçou: “Eu acho que Derrite perdeu a condição de ser relator. O fato de ele fazer uma reunião secreta com Eduardo Cunha e Arthur Lira (…) fez com que ele perdesse qualquer condição.”
O desgaste aumentou quando a primeira versão de seu parecer retirou da Polícia Federal a competência para investigar facções, permitindo atuação apenas mediante solicitação dos estados. O governo reagiu, e Derrite precisou rever o texto para devolver o papel original da PF. Ele, no entanto, nega arrependimento e afirma que sua atuação é “técnica, e não política”.
Mesmo após quatro versões, governistas dizem que o PL enfraquece a PF e fragmenta o orçamento. “Em vez de fortalecer a PF, o texto promove uma fragmentação orçamentária em relação aos fundos, o que compromete a eficiência no enfrentamento às organizações criminosas de atuação interestadual”, afirmou Lindbergh Farias (PT-RJ).
A quarta versão do substitutivo do PL Antifacção do relator Derrite aprofunda a desorganização normativa e mantém vícios estruturais graves, especialmente ao retirar recursos da Polícia Federal por meio do art. 10, §§8º e 10°, enfraquecendo o órgão de coordenação nacional e…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) November 12, 2025
Votação segue indefinida
A votação está prevista para terça-feira, mas a falta de consenso e a agenda da COP, em Belém, podem adiar novamente a deliberação. Na pauta da próxima semana, o PL Antifacção é o único item, ainda pendente de acordo entre governo e oposição.