
Frederick Wassef ameaçou Júnior Humberto de Oliveira, suplente de vereador e ex-presidente do PL em Atibaia, no interior de São Paulo, conhecido como “Juninho do Cachorro Quente”, usando uma arma no WhatsApp. O advogado trava uma guerra com ex-aliados do partido na região.
Em uma das mensagens, Wassef diz: “Eu vou dar tiro na cara de vocês”. Em outro trecho, ele sugere que o ex-aliado “ponha arma na boca e puxe o gatilho”. Juninho gravou um vídeo mostrando as mensagens e afirmou que o advogado tentou incentivá-lo a se matar.
Juninho acusa Wassef de pressioná-lo por telefone, mensagens e ligações constantes, afirmando que o advogado pediu que ele se matasse ou seria morto. Segundo o suplente de vereador, a ruptura ocorreu quando tentou impedir a nomeação de um aliado de Wassef para a Secretaria de Turismo da cidade.
A relação entre eles vinha de longa data. Juninho foi defendido por Edevaldo de Oliveira, ex-policial rodoviário federal e ex-aliado de Wassef, quando foi preso por atirar no vice-prefeito de Atibaia.
Edevaldo também rompeu com Wassef. O trio chegou a comandar o diretório municipal do PL, com apoio do advogado bolsonarista, até que divergências internas minaram o grupo.
Os ex-aliados discordaram de indicações políticas feitas por Wassef na Prefeitura. Juninho diz que, ao saber da tentativa de barrar a nomeação de seu cliente, o advogado reagiu com ameaças, exigiu acesso ao celular dele para descobrir supostos vazamentos de informação e chegou a sacar uma arma e disparar dois tiros perto de seus ouvidos.
A partir daí, o embate se tornou público. No último domingo (16), Juninho abriu uma transmissão nas redes sociais para expor os áudios e a foto de Wassef. Ele registrou boletim de ocorrência narrando as ameaças. O advogado fez o mesmo, alegando que está sendo perseguido, extorquido e alvo de fake news.
O Ministério Público havia pedido a prisão de Juninho por violar restrições impostas após o episódio com o ex-vice-prefeito, mas recuou no dia seguinte. A Promotoria afirmou que o cenário em Atibaia é marcado por “animosidade política mútua” e acolheu uma petição apresentada por Edevaldo, que também se afastou de Wassef.
Em nota, Wassef negou todas as acusações, disse que os ex-aliados fabricam conteúdos com uso de inteligência artificial e afirmou ser vítima de ameaças, extorsão e difamação desde 2024. Ele desafiou os autores das denúncias a entregar os materiais originais para perícia policial e classificou Juninho e Edevaldo como criminosos que simulam ser vítimas.