Alunos de escola de elite têm acesso antecipado a prova ligada a universidades de ponta

Atualizado em 18 de novembro de 2025 às 15:04
Prédio da escola St. Paul’s, em São Paulo. Foto: Reprodução

A St Paul’s School, uma das instituições de ensino mais tradicionais e caras do Brasil, abriu uma investigação interna após descobrir que alunos tiveram acesso antecipado ao conteúdo de uma prova aplicada pelo próprio colégio.

Segundo matéria de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo, o caso veio à tona neste semestre após câmeras registrarem alunos dentro da sala onde as provas eram armazenadas. As imagens mostram estudantes filmando o conteúdo dos exames. Um deles já foi expulso, e novas punições devem ser definidas em breve.

As suspeitas começaram quando informações desencontradas chegaram à direção, levando o colégio, cuja matrícula custa cerca de R$ 60 mil e a mensalidade ultrapassa R$ 13 mil, a criar um canal de denúncias anônimas. A partir das primeiras evidências, surgiram relatos indicando que o conteúdo das provas pode ter sido repassado a outros alunos.

A preocupação aumentou porque essas avaliações fazem parte do currículo do International Baccalaureate (IB), sistema internacional aceito em universidades de prestígio como Harvard, Stanford, Yale, Oxford, Cambridge, FGV e Ibmec.

A escola St. Paul’s, em São Paulo. Foto: Reprodução

As provas internas não garantem vaga, mas compõem o portfólio acadêmico enviado às universidades. Por isso, boas notas têm peso relevante no processo de admissão. As investigações buscam identificar até onde o conteúdo vazado circulou e se houve intenção de beneficiar candidatos em processos seletivos no Brasil e no exterior.

A direção tenta mapear todos os envolvidos e entender a extensão do acesso irregular. Em nota enviada à imprensa, a St Paul’s informou que está tratando o caso “com o máximo rigor” e reforçou que a irregularidade diz respeito “a uma avaliação interna, e não a um exame externo”.

A escola afirmou também que iniciou “uma investigação detalhada para apurar os fatos, com apoio de profissionais externos” e que medidas educativas e disciplinares estão sendo aplicadas conforme suas políticas internas.

A instituição destacou ainda que não comentará casos individuais “devido à natureza confidencial da investigação e à necessidade de proteger a privacidade dos envolvidos”. A direção afirmou priorizar “os mais altos padrões de integridade acadêmica” e garantir suporte aos estudantes durante o processo.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.