O presidente Lula decidiu comunicar pessoalmente ao senador Rodrigo Pacheco, na noite desta segunda-feira, que escolheu o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.
A informação foi revelada pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’ e confirmada por interlocutores do Planalto. A conversa ocorreu no Palácio do Planalto e durou cerca de 40 minutos, em reunião reservada entre os dois. Segundo o jornal, Lula aproveitou o encontro para reforçar seu desejo de que Pacheco seja candidato ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2026.
O senador, porém, disse ao presidente que pretende deixar a vida pública quando concluir o mandato em 2027 e dedicar-se à advocacia. Mesmo diante da recusa, Lula ainda tenta convencê-lo a reconsiderar a decisão e disputar o comando mineiro.
Pacheco, por sua vez, já havia declarado publicamente sua intenção de não concorrer a novos cargos. Depois da reunião, o senador confirmou à TV Globo que Lula já tinha uma decisão tomada sobre o STF. “Tenho uma excelente relação com o presidente Lula. Lutamos juntos pela democracia e respeitamos essa trajetória”, afirmou.
Ele detalhou que a conversa foi privada: “O encontro foi somente nós dois, por volta das 18h30. O próprio presidente disse que já tinha uma decisão em relação ao STF e eu respeitei”. Segundo Pacheco, Lula insistiu na candidatura ao governo mineiro, mas ele reiterou que não pretende participar das eleições de 2026.
Aliados de ambos confirmam que Lula mencionou explicitamente a escolha de Messias e reforçou que Pacheco continua como seu nome ideal para Minas. Diante da negativa, o senador voltou a dizer que não deve permanecer na política. A leitura no Congresso é de que, mesmo após ser preterido, ele ainda conta com forte apoio entre senadores, que demonstram resistência à indicação de Messias.
A aposentadoria de Barroso abriu a terceira vaga que Lula poderá preencher no STF durante o atual mandato. Além de Messias, nomes como Bruno Dantas, presidente do TCU, e o próprio Pacheco eram citados entre os favoritos. No entanto, Messias sempre teve a preferência do presidente, mesmo enfrentando obstáculos no Senado.