
A hashtag #AnulaEnem dominou as redes nesta quarta (19), alcançando o topo do X com cerca de 89 mil publicações. O movimento, puxado por candidatos inconformados com relatos de antecipação de questões, ganhou força após o Ministério da Educação (MEC) confirmar a anulação de três itens do segundo dia de prova.
A pressão digital cresceu a ponto de pautar o debate público e obrigar o governo a responder rapidamente aos questionamentos. Diante da repercussão, o Inep decidiu antecipar para esta quarta a divulgação do gabarito oficial e dos cadernos de questões.
O material foi publicado às 10h, um dia antes do previsto. A decisão veio depois de vídeos no YouTube exibirem perguntas muito semelhantes às que caíram no exame, gerando desconfiança entre os candidatos e abrindo espaço para pedidos de anulação total da prova.
As imagens em questão circularam dias antes do segundo domingo do Enem e mostravam itens apresentados como “possíveis questões”. Pelo menos cinco delas apareceram quase idênticas na avaliação oficial. Após apurar os relatos, o MEC decidiu anular três questões por precaução. Para evitar prejuízo aos candidatos, as demais 87 questões e a redação foram mantidas.
A Polícia Federal foi acionada para investigar a origem da divulgação. O principal apontado até agora é Edcley Teixeira, que se apresenta como estudante de medicina e vende serviços de consultoria. Ele teria participado de um pré-teste, etapa prevista na elaboração do Enem, e usado esse material como base para a live que viralizou. A corporação tenta identificar se houve quebra de sigilo ou conduta de má-fé.
Em entrevista à TVE do Ceará, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a anulação parcial foi necessária para garantir transparência e lisura. Ele reforçou que o Enem mantém uma estrutura de segurança consolidada e que a situação ocorreu por “ruídos nas redes sociais”.
Segundo o ministro, candidatos e familiares podem ficar tranquilos quanto ao conjunto da prova. O MEC explicou que o Enem utiliza a Teoria da Resposta ao Item, modelo que exige pré-testes com estudantes para calibrar o nível de dificuldade das questões.
Participantes dessas aplicações conhecem itens que podem, no futuro, integrar o exame. Todos os que passam nessa fase vão para o Banco Nacional de Itens, que abastece as provas de cada edição.
Nas redes, alguns candidatos se dizem injustiçados por terem estudado enquanto outras pessoas tiveram acesso a respostas da prova. Outros afirmam que mais de três questões foram vazadas antes do exame. Veja a repercussão:
Simplesmente 500 alunos vão ter o gabarito do enem 2026👍🏻👍🏻👍🏻#ANULAENEM #anulaele #enemppl pic.twitter.com/pwWWIV7T2E
— ? (@marivestbulanda) November 19, 2025
Que vergonha. Que asco. Que desânimo. O cara com +20 seguidores novos, alta demanda em uma mentoria fraudulenta, sugando dinheiro dos estudantes desamparados e tudo por incompetência governamental, políticos omissos, descaso do MEC e do INEP. #ANULAENEM pic.twitter.com/D8p98K8wOH
— ☾ Lulu (@raymmenez) November 19, 2025
Enquanto eu passava o dia inteiro estudando, a elite já tinha o gabarito da prova!#Anulaenem pic.twitter.com/FSdVipiJQZ
— yas 🩺 (@yastudiesj) November 19, 2025
fazer o certo e ser honesto não compensa nessa merda de país#ANULAENEM pic.twitter.com/wCJOOtb0v8
— millenão ❤️🔥 (@anaquarianna) November 18, 2025
“nem leia não,pode marcar” o cara disse isso,a questão CAI no enem,é uma das principais,os alunos dele já sabiam a resposta e simplesmente não acontece NADA! #ANULAENEM https://t.co/BOodlLjn8W pic.twitter.com/fQrQZ9SgPm
— kamily⚢. (@msmiily__) November 19, 2025
ela (eu do passado) ainda não sabe mas está se matando de estudar para uma prova que muitas pessoas já tem até o gabarito #ANULAENEM https://t.co/2NOR9YQgL4 pic.twitter.com/gZ8rRKp736
— carol (@carolfzz_) November 19, 2025