
A Alemanha anunciou nesta quarta-feira (19) um aporte de € 1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), criado pelo Brasil para financiar a preservação de florestas em países em desenvolvimento. Com o novo valor, o mecanismo passa a reunir cinco patrocinadores e um total de US$ 6,7 bilhões.
Durante a Cúpula do Clima em Belém, realizada no começo do mês, o primeiro-ministro Friedrich Merz já havia mencionado que Berlim faria uma contribuição “substancial”, mas não apresentou cifras.
O anúncio ocorre após Noruega confirmar US$ 3 bilhões e França, € 500 milhões, além de compromissos prévios de Brasil e Indonésia, com US$ 1 bilhão cada. O governo brasileiro busca atingir US$ 25 bilhões de aportes públicos e outros US$ 100 bilhões de investimentos privados.
O TFFF combina recursos públicos e privados para financiar a conservação ambiental, remunerando países que mantiverem suas florestas preservadas. O modelo prevê pagamentos baseados em monitoramento por satélite, hectare por hectare, com repasses feitos diretamente a governos nacionais. Segundo o plano, mais de 70 países em desenvolvimento poderão participar mediante comprovação de preservação.
A Alemanha acaba de anunciar 1 bilhão de euros para o TFFF. Um fundo que vai transformar a proteção das florestas tropicais e garantir renda para quem cuida delas. Um passo gigante para o clima e para quem vive da floresta.
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— Lula (@LulaOficial) November 19, 2025
O aporte alemão ocorre após declarações negativas de Merz sobre Belém circularem nas redes e motivarem reações do governo brasileiro. Paralelamente, organizações ambientais e humanitárias enviaram carta pedindo que Berlim anunciasse ao menos US$ 2,5 bilhões durante a COP30. As entidades afirmaram que a definição do valor ajudaria a estimular compromissos de China, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido.
O fundo será administrado pelo Banco Mundial, com previsão de movimentar US$ 125 bilhões em uma carteira de renda fixa. As estimativas indicam que os rendimentos anuais devem ficar entre 7% e 8%, dos quais cerca de 4% serão repassados aos investidores. O pagamento aos países preservadores será de US$ 4 por hectare, ajustado pela inflação, com redução quando houver desmatamento ou degradação por fogo.
De acordo com o Ministério da Fazenda, o avanço dos aportes ainda depende da formalização de compromissos de países que participaram da concepção do TFFF, como os Emirados Árabes Unidos. O governo brasileiro avalia que novas adesões podem ocorrer nos próximos meses e considera o mecanismo uma das entregas previstas para a COP30.